Mas o que é que ela tem?
Um jeitinho que me cativa,
a voz que me domina
O doce beijo que me conquista...
Do dilema ao primeiro beijo
E do meu silêncio fez-se o canto
Do pranto fez-se o riso.
O sorriso: um arauto do amor!
Noite, mãos dadas, arquibancada
Beijo, abraço e uma formiga no braço
O telefone, o lamento, a lua [Solitária...]
Nos braços de minha morena,
Nas curvas da mulher amada,
Um olhar... o desejo... o medo...
Do reencontro ao último beijo
De todas, és a única!
Para mim: só se for Daniella.
Jardel Leite
domingo, 22 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Epitáfio de Benjamin Franklin
Aqui jaz o corpo de Benjamin Franklin
Impressor (como a capa de um alfarrábio
Impressor (como a capa de um alfarrábio
rasgado, e desbotados seus Títulos e dourações)
jaz alimento para os vermes.
No entanto a obra não se perderá
Pois irá (como ele acreditava) reaparecer
Em uma nova e mais bela edição,
Revista e corrigida
Pelo Autor.
Em 1729 o jovem impressor Benjamin Franklin este epitáfio para si. Franklin não deixou nenhuma instrução para que esse epitáfio fosse escrito em seu túmulo, que traz apenas o seu nome e o de sua mulher
sábado, 14 de agosto de 2010
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
"Manuel Bandeira"
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
A Multiplicação da pobreza
"Tal como a religião não pode viver sem a morte, o capitalismo não só vive da pobreza como a multiplica."
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