sábado, 25 de junho de 2011

Os fillmes de Allen


Tenho que confessar: sempre que assisto um dos filmes do Woody Allen tenho, já do começo, algumas pretensões pseudo-cults. Não é culpa minha, juro! Mas é a verdade.

Nos primeiros vinte minutos tento entender, no meio de toda aquela falta de sentido, a profundidade de tudo o que me é exposto. Procuro metáforas de todo o tipo e chego a conclusão que estou sendo tolo, deixo tudo de lado e me concentro no filme, me esquecendo um pouco da minha vaidade "intelectual" e sendo apenas um simples expectador. Percebendo, só no final, a "profundidade" de tudo aquilo.

Me envolvo, fico curioso, fico triste, me deprimo, fico na torcida e em seguida posso ver uma luz no fim do túnel. Vejo que muitos dos filmes deles são como a vida: Nem sempre o mocinho fica com a mocinha; nem tudo são sorrisos, mas também está longe de ser só lágrimas... parece besteira, mas é como ter um orgasmo intelectual descobrir por si mesmo isso tudo!

Percebo, só no final, que os filmes de Allen, na sua grande maioria, não são para qualquer um. Não estou sendo pseudo-cult-vaidoso-intelectual-egocêntrico ao dizer isso, mas as pessoas estão acostumadas afinais emocionantes, grandes explosões, beijos devoradores, sexo semi-explícito, etc... e podem acabar achando o filme entediante... um tanto "parado" como disse uma amiga minha. Mas Woody é diferente.
Bem, para falar a verdade, é complicado falar sobre esse cineasta de Nova Iorque. Talvez um dia em que o presente leitor desse despretensioso blog estiver num clima meio existencial, possa entender o que digo. Ou talvez, assim como eu, já seja fã de seus filmes.

Perdoem meus erros de ortografia e de concordância, mas estou no meio de uma crise de garganta e a febre não me deixa raciocinar direito!

Ciao!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Teresinha - Chico Buarque



O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.

Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".

O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.

Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama

E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração.