terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Liana e a Lua


No intervalo do congresso, entre o coffe-break e algumas piadas sem importância dos participantes, sinto uma daquelas sensações ruins, daquelas que sempre me assolam. Quase um tipo de crise existencial ou algo assim. Esqueço meu copo de conhaque em algum canto, peço licença ao meu companheiro e vou ao banheiro. Depois de lavar meu rosto algumas vezes – isso sempre me ajuda, olho no espelho e ao me encarar me pergunto: Quem sou eu?

Volto pro salão principal e me dou conta de uma terrível verdade: Estou só. Apesar de estar no meio de numa imensidão de pessoas, no entanto estou só. Como gostaria de encontrar, no meio de toda essa gente, alguém que também esteja se sentindo na solidão. Será que encontro?

Olho a minha volta: engenheiros, arquitetos, fornecedores de grandes marcas, empresários da construção civil, investidores... Todos muito ocupados em fazer contatos profissionais uns com os outros. Seria difícil encontrar alguém na mesma situação que a minha. Talvez impossível. Ou não.

Nesse instante, vejo alguém olhando pra mim. Observo bem e ela desvia o olhar. Quem será aquela mulher que me olhava? Será que, assim como eu, também procurava alguém que estivesse se sentindo só? Talvez, por que bonito eu não sou, logo, duvido muito que estivesse me flertando. Caso a primeira hipótese for a verdadeira, então ela obteve êxito antes de mim.

Caminho até ela, e quando percebe que estou em sua direção. A moça, aparentemente, foge de mim. Tento acompanhá-la, mas minha tarefa é árdua: com um salão tão cheio, mal consigo me deslocar.

Mas a alcanço, finalmente. Ela é bonita: cabelos negros, compridos e levemente ondulados, e uma pele bem clara, e de estatura... Bem, normal, não há nada de especial a se dizer da altura. Apesar de ter chegado a pouquíssimo tempo na sacada, ela parece estar muito distraída olhando a lua, ou seria o mar?

Penso rápido, tenho apenas alguns segundos. Estou a alguns passos dela, ela observa atentamente – assim parece – a lua e o mar. Não surge nenhum assunto.

Chego, sem nem ao menos pensar no que digo e vou logo falando:

- Sabia que aqui na Bahia, para muitos marinheiros, os raios da lua sobre o mar não são só o reflexo lunar. Na verdade, são os cabelos de Iemanjá, que vem ver a lua em noite de grande luar.

Arrisquei. Ainda não sei por que diabos toquei nesse assunto, mas fui o mais natural possível. Foi o que veio em mente naquele momento.

- Você é baiano? Indaga-me com olhos meio desconfiados.

- Não, sou cearense, mas quando venho a Bahia gosto de ouvir essas histórias de pescador.

Ela sorriu. Sai-me bem, tocando nesse assunto. Ela continuou:

- Interessante. Conheço algumas tradições baianas, mas essa eu não conhecia. Você faz o quê? Como se chama?

- Sou engenheiro. Me chamo André.

- Sou arquiteta, me chamo Liana. Não é engraçado, nos apresentamos primeiro pela profissão, ao invés do nome.

- É, talvez seja vício de profissão.

Daí não faltou mais assunto. Conversamos sobre várias coisas, desde Le Corbusier e o movimento Bauhaus, até algumas futilidades dos presentes ali naquele congresso.

Com medo de parecer um intelectualóide, mostrando uma cultura que certamente eu não tinha, fui logo encerrando:

- Pois é, apesar de ainda preferir a engenharia à arquitetura, reconheço a sua importância. O desenvolvimento da arquitetura, aqui no Brasil com o Lúcio Costa, Niemeyer... Meio que forçou o cálculo estrutural a se perfeiçoar. Os calculistas tinham que correr, não só pra não ficar pra trás, mas também pra “permitir” que a arquitetura continuasse a se desenvolver, ou, na pior das hipóteses, pelo menos a tornasse prática, vamos dizer assim.

Depois disso, bebendo meu conhaque (eu não o havia perdido em algum lugar?), olhando pra lua, desfrutando a excelente companhia de minha amiga, agradeci a Iemanjá por encontrar Liana, ali, no meio daquela gente toda.

- André, vamos logo, vai recomeçar.

Uma voz masculina me desperta de meu devaneio. Tudo começa a ficar embaçado e a rodar. Fecho os olhos, fricciono-os bem, abrindo-os em seguida.

- Vamos André, vai começar a segunda parte: concreto protendido. Você vai ficar ai, com esse copo na mão, olhando pela janela?

- Espera um momento, cadê a Liana?

- Que Liana? Endoidou ou bebeu demais? Você ficou ai, quase meia hora, olhando pra Lua.

Tudo imaginação minha. Mas será? Me lembrei daqueles versos do Drummond: “ Essa lua e esse conhaque botam a gente comovido como o diabo.”

Jardel Leite


domingo, 27 de dezembro de 2009

Ernest Hemingway - Biografia


Hemingway era parte da comunidade de escritores expatriados em Paris, conhecida como "geração perdida", nome inventado e popularizado por Gertrude Stein. Levando uma vida turbulenta, Hemingway casou quatro vezes, além de vários relacionamentos românticos. Em 1952 publica "O Velho e o Mar", com o qual ganhou o prêmio Pulitzer (1953), considerada a sua obra-prima. Hemingway recebeu o Nobel de Literatura de 1954.

Ainda muito jovem, decidiu ir à Europa pela primeira vez, quando a Grande Guerra assombrava o mundo (1918). Hemingway havia terminado o segundo grau em Oak Park e trabalhado como jornalista no Kansas City Star. Tentou alistar-se, mas foi preterido por ter um problema na visão. Decidido a ir à guerra, conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na Itália, apaixonou-se pela enfermeira Agnes Von Kurowsky, sua inspiração na criação da heroína de Adeus às armas (1929) – a inglesa Catherine Barkley. Atingido por uma bomba, retornou para Oak Park que, depois do que viu na Itália, tornou-se monótona demais.

Volta à Europa (Paris), em 1921, recém-casado com Elizabeth Richardson, seu primeiro casamento, com quem teve um filho. Na ocasião, trabalhava para o Toronto Star Weeky. Para um escritor em início de carreira, a Paris dos anos 20 era o lugar certo. Hemingway se aproximou de outros principiantes: Ezra Pound (1885 – 1972), Scott Fitzgerald (1896 – 1940) e Gertrude Stein (1874 – 1940).

O seu segundo casamento (1927) foi com a jornalista de moda Pauline Pfeiffer. Com ela teve dois filhos. Em 1928, o casal decidiu morar em Key West, na Flórida. O escritor sentiu falta da vida de jornalista e correspondente internacional. O casamento com Pauline era instável. Nessa época conhece Joe Russell, dono do Sloppy Joe’s Bar e companheiro de farra. Já na década de 30, resolveu partir com o amigo para uma pescaria. Dois dias em alto-mar que terminaram em Havana, capital cubana, para onde voltava anualmente na época da corrida do agulhão (entre os meses de maio e julho).

Hospedava-se no hotel Ambos Mundos, em plena Habana Vieja, bairro mais antigo da cidade que se tornava o lar do escritor, e os cenários que comporiam sua história e a da própria ilha pelos próximos 23 anos. Duas décadas de turbulências que teriam como desfecho a revolução socialista e o suicídio do escritor.

Em Cuba, o escritor se apaixonou por Jane Mason, casada com o diretor de operações da Pan American Airways e se tornaram amantes. Em 1936, novamente se apaixona, desta feita pela destemida jornalista Martha Gellhorn, motivo do segundo divórcio, confirmando o que predisse seu amigo, Scott Fitzgerald, quando eles se conheceram em Paris: “Você vai precisar de uma mulher a cada livro”.

Assim, Hemingway partiu para a Espanha, onde Martha já estava e, em meio à guerra, os dois viveram um romance que resultou no seu terceiro casamento. Quando a república caiu e a Europa vivia o prenúncio de um conflito generalizado, Hemingway retornou para Cuba com Martha.

Em 1946, o escritor casa-se pela quarta e última vez com Mary Welsh, também jornalista, mas tímida e disposta a viver ao lado de um Hemingway cada vez mais instável emocionalmente.

Ao longo da vida do escritor, o tema suicídio aparece em escritos, cartas e conversas com muita freqüência. Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde (diabetes) e financeiro (havia perdido muito dinheiro em especulações na Flórida). Sua mãe, Grace, dona de casa e professora de canto e ópera, o atormentava com a sua personalidade dominadora. Ela enviou-lhe pelo correio a pistola com a qual o seu pai havia se matado. O escritor, atônito, não sabia se sua mãe estava querendo que ele repetisse o ato do pai ou que guardasse a arma como lembrança.

Aos 61 anos e muito doente (hipertensão, diabetes, arteriosclerose, depressão e perda de memória) Hemingway acabou com a própria vida, assim como fizera seu pai.

Todas as personagens deste escritor se defrontaram com o problema da "evidência trágica" do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a morte, até que, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum (Idaho), tomou do fuzil de caça e disparou contra si mesmo.

Está nos arquivos do FBI: Ernest Hemingway bancou mesmo o espião americano em Cuba. O jornal The Sunday Times localizou documentos que comprovam definitivamente o envolvimento do autor de O Velho e o Mar com espionagem. Em troca de uma bagatela – 500 dólares por mês –, ele transmitia informações ao governo americano sobre pessoas que freqüentavam sua casa em Cuba, no começo da década de 40. No final da vida, o próprio escritor contava histórias a respeito de seu círculo de informantes na ilha.

Tudo indica que uma "causa nobre" o motivou a princípio. Em 1941, com a II Guerra Mundial em andamento, pareceu-lhe importante vigiar os possíveis simpatizantes do fascismo em Cuba, país onde mantinha residência havia alguns anos. Hemingway expôs a idéia ao embaixador americano no país, Spruille Braden, que concordou em apoiá-lo. O escritor, então, reuniu um grupo de informantes e passou a o coordenar. Para o governo dos Estados Unidos, ele era o “agente 08”. Washington ainda providenciou fundos para que ele reformasse seu iate, o Pilar, e navegasse pelos mares caribenhos à procura de submarinos alemães.

O desejo de “escrever o que realmente aconteceu na vida real” sobre assuntos de relevância para a condição humana levou Hemingway aos mais diversos lugares do planeta: à Itália, durante a primeira guerra mundial; a Paris, quando a capital francesa era o centro literário e cultural do mundo; à Espanha, durante a guerra civil; à África; a Cuba; à China, durante a invasão japonesa; e à Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial.

Nestes lugares ele teve a oportunidade de tecer relatos de estilo jornalístico que se desdobram sobre temas centrais para a experiência humana no século vinte: a guerra, o crime, o medo da morte, o amor, a perda. Traçou assim um esboço do que preocupava e afligia as pessoas de sua geração e descreveu um mundo moderno que pode ser perigoso e muitas vezes nocivo e amoral.

Impressão, nascer do Sol - Monet


No final do século XIX, o pintor francês Monet pintou Impressão, nascer do sol , exibida na primeira exposição impressionista. O quadro deu origem ao nome usado para definir o movimento impressionista, que começava a surgir.

Pode-se se afirmar que é uma das obras mais conhecidas de Monet. Apesar de ser inegavelmente valiosa e "impressionante", a tela não fez tanto sucesso assim na época. A obra foi exposta em uma exposição que não encantou muito o público. Pra variar, com quase tudo que é "novo", a crítica foi muito severa, chegando até a tirar piadas com o nome da quadro. (Me lembra, como aqui no Brasil, a crítica feroz à Anita Malfatti: "Paranóia ou Mistificação?" de Monteiro Lobato).

A pintura, pintada à óleo sobre a tela, rompeu com o modelo da arte realista de então, dando assim, passos mais decisivos para o movimento que mais tarde seria chamado de Arte Moderna.

Não sei bem o motivo, mas gosto muito desse quadro... me lembra um pouco aqueles quadros que vendem na Beira-Mar, aqui em Fortaleza. Tem um artista, infelizmente não me lembro o nome, que faz quadros muito parecidos com esses. O tema: o mar, jangadas, praia, pescadores...
quaria ter comprado algum, na época. Pena que não teria onde colocar, no meu quarto, não cabe mais nada - nem nas paredes; na sala, minha mãe acharia um "horror". Então decidi, ao menos, postar aqui no blog, meu mundinho particular, onde sempre cabe mais alguma coisa!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cantadas de pedreiro


1- Prazer Batman, eu só ataco a noite!

2-Você é travesti?
-Não... -Então prove!

3- Toma 50 centavos!
- Pq isso?
- É que eu sou um conquistador barato

4-Vc tá sentindo o cheiro de tinta?
-Não pq
-Pq eu acho qe tá pintando um clima

5-Ahhhh se eu tivesse sorte igual eu tenho verme...

6-Menino: colega ,se ficar comigo eu faço você esquecer o João!
Menina: que João?
Menino: ó já tá esquecendo...

7-Nossa que gatinha sexy, vamo alí no bar tomar uma pepsi?

8-Falta um sorriso teu ou uma atitude minha?

9-É... eu queria ser vesgo só p/ poder de ver 2 vezes

10-A minina tá com o sorvete e vc fala:
-Ei posso dá uma chupada
-Não
-E no sorvete pode?

11-Prazer Alface mas pode me chamar de 'facim'.

12-Vou ti contar uma coisa se vc rir terá que me dar um bjo:
-tá
-Eu sou o power ranger vermelho.

13- Mina... teu pai é ladrão?
-Não, pq?
-Pq ele roubou o brilho da lua e pôs nos teus olhos!

14- Aaah... não tenho colher... que pena...
-Como assim?
-Num tenho colher... e vc ai dando sopa...