domingo, 2 de maio de 2010

A Árvore


E de repente tudo escureceu. A brisa já anunciava a tempestade que viria. Abriguei-me temporariamente embaixo de uma árvore, só para pensar no faria enquanto a chuva não passasse. Era uma árvore comum, uma dessas que não se sabe ao certo o nome. Mas o certo é que a chuva me pegou desprevinido. Quando saí de casa não havia nuvens ou qualquer indício de mau tempo.

Um passarinho (rolinha, pardal, bem-te-vi... algum desses, já que tenho uma dificuldade natural em nomear e classificar coisas), chamou minha atenção. A pobre criaturinha deve ter sido apanhada em pleno voo pela água e agora está ali, lado a lado comigo, ambos tentando se proteger da mãe natureza (chuva) usando a própria mãe natureza (árvore).

Aos meus pés, centenas, talvez milhares (como saber?) de formigas tentam proteger-se: suas casinhas foram totalmente alagadas. Pequenas porém obstinadas, as jovenzinhas sobem no caule, algumas até arriscam-se em subir em minhas pernas. Ousadia ou pura distração? (Como saber?)

Olho com curiosidade para tudo isso. Um leve sorriso surge no canto da boca. Abaixo a cabeça e movendo-a para os lados como numa negativa saio debaixo da árvore e sigo meu caminho até onde a vontade permitir... ou até a próxima árvore (como saber?).

Jardel Leite

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