Em um dia absolutamente comum, dia 18/06, um dia desses, como ontem ou amanhã, enquanto resolvia um problema financeiro de um operário, meu telefone celular toca: minha namorada. Penso em atender depois, já que estava ocupado, mas pedi licença e saí da sala. Do lado de fora atendo, ela vai logo dizendo:
- Amor, sabe da última?
- Não, o que foi?
- O José Saramago, você já sabe?
Já pressentindo a tragédia, e com medo do que iria ouvir pergunto:
- O que foi?
- Morreu!
Após um natural silêncio de quatro ou cinco segundos ao telefone, ela quebra o silêncio:
- Faleceu hoje!
Me senti estranho. Tantos anos de atividade literária do escritor só há pouco conheci sua obra. Em Janeiro último li seu último livro, CAIM. Leitura que me marcou muito: o primeiro contato com o estilo "Saramaguiano". Desde este dia acompanho quinzenalmente seu blog ( http://caderno.josesaramago.org), onde encontro sempre sábias palavra do autor.
Num lugar maravilhoso, nas Ilhas Canárias, ao lado de sua esposa, tão amada e amiga , Pilar Del Rio, nosso Nobel de Literatura passou do "Estar para simplesmente deixar de estar" entre nós. Em Lanzarote, ilha no meio do Atlântico, seu "auto-exílio", o autor passou seus últimos anos.
A história de Saramago de amor entre Saramago e Pilar (uma diferença de quase 30 anos) será retratada em um filme/documentário daqui para o final do ano (provavelmente em Novembro, aniversário do escritor).
Uma infância pobre, com apenas dois livros (nenhum deles era pertencente a família), com avós e pais analfabetos, e como única formação acadêmica um curso técnico, seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico. Saramago nunca se envergonhou de seu passado humilde, disse que se pudesse repetiria tudo o que viveu. E mais: em seu discurso ao receber o Nobel ele diz: "O homem mais sábio que já conheci na vida não sabia ler nem escrever", relembra do avô, criador de porcos.
Resta agora minhas saudações a esse grande escritor, que apesar de ser ateísta convicto, disse uma vez: "Não sou de todo ateu, todos os dias tento encontar um sinal de Deus, mas infelizmente não encontro". Certamente Saramago passou da vida terrena, não para o vazio do nada, como assim o autor acreditava, mas passou para uma outra vida, a vida da existência nos livros e na memória dos viventes!
Au revoir mon ami!
- Amor, sabe da última?
- Não, o que foi?
- O José Saramago, você já sabe?
Já pressentindo a tragédia, e com medo do que iria ouvir pergunto:
- O que foi?
- Morreu!
Após um natural silêncio de quatro ou cinco segundos ao telefone, ela quebra o silêncio:
- Faleceu hoje!
Me senti estranho. Tantos anos de atividade literária do escritor só há pouco conheci sua obra. Em Janeiro último li seu último livro, CAIM. Leitura que me marcou muito: o primeiro contato com o estilo "Saramaguiano". Desde este dia acompanho quinzenalmente seu blog ( http://caderno.josesaramago.org), onde encontro sempre sábias palavra do autor.
Num lugar maravilhoso, nas Ilhas Canárias, ao lado de sua esposa, tão amada e amiga , Pilar Del Rio, nosso Nobel de Literatura passou do "Estar para simplesmente deixar de estar" entre nós. Em Lanzarote, ilha no meio do Atlântico, seu "auto-exílio", o autor passou seus últimos anos.
A história de Saramago de amor entre Saramago e Pilar (uma diferença de quase 30 anos) será retratada em um filme/documentário daqui para o final do ano (provavelmente em Novembro, aniversário do escritor).
Uma infância pobre, com apenas dois livros (nenhum deles era pertencente a família), com avós e pais analfabetos, e como única formação acadêmica um curso técnico, seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico. Saramago nunca se envergonhou de seu passado humilde, disse que se pudesse repetiria tudo o que viveu. E mais: em seu discurso ao receber o Nobel ele diz: "O homem mais sábio que já conheci na vida não sabia ler nem escrever", relembra do avô, criador de porcos.
Resta agora minhas saudações a esse grande escritor, que apesar de ser ateísta convicto, disse uma vez: "Não sou de todo ateu, todos os dias tento encontar um sinal de Deus, mas infelizmente não encontro". Certamente Saramago passou da vida terrena, não para o vazio do nada, como assim o autor acreditava, mas passou para uma outra vida, a vida da existência nos livros e na memória dos viventes!
Au revoir mon ami!
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