Eu fico feliz quando leio, e gosto, de um livro "desconhecido" de um autor conhecido. Sabe, aqueles livros que os escritores escrevem mas não aparecem na lista de leitura recomendada nos catálogos? Pois é.
Quando conhecemos um novo autor, um que simplesmente nunca tinhamos ouvido falar, geralmente, a tendência é começar a ler os seus livros mais célebres. Por exemplo: Hemingway (O Velho e o Mar), Fitzgerald (o Grande Gatsby), Érico Veríssimo (O Tempo e o Vento), Saramago (Ensaio sobre a Cegueira), etc.
Mas eu leio, sempre que posso, os não tão conhecidos. É o caso de Os Tolos Morrem Antes, de Mario Puzo. Geralmente quem ouve falar nele lembra-se de imediato do seu famoso livro O Poderoso Chefão. Eu apesar de ter os dois, preferi começar lendo o primeiro.
Eu comprei Os Tolos Morrem Antes numa livraria (um sebo, para ser mais exato) perto da minha faculdade, estava de promoção. Ao encontrá-lo, pensei: "Mario Puzo! Vou comprar!" Dito e feito. Isso foi há quase um mês, o livro é grande - mais de 500 páginas, mas eu simplesmente ADOREI.
A historia se passa em Las Vegas, nos grandiosos cassinos, depois em Los Angeles (Hollywood,) quando o personagem principal, John Merlyn, escritor em ascensão, tem um de seus livros adaptados para o cinema. O filme é um desastre, mas o que importa são as pessoas que ele encontra: Osano - escritor famoso; Janelle - sua única amante, etc. e seus diálogos sobre diversos assuntos: feminismo, liberdade (sexual, intelectual e social), riqueza ("enriquecer no escuro"), sexo e amor, traição, a morte, entre outros.
Apesar de não ser o ambiente principal, os cassinos sempre voltam a fazer companhia de Merlyn (seria um alter ego de Mario Puzo?), o que levou algumas das edições brasileiras a ter na capa um casal jogando em roletas, e alguns dados.
Em resumo: recomendo fortemente o livro. Principalmente para quem quer ler Mario Puzo sem querer ouvir falar em máfia.
Acima, segue a versão da capa do livro que eu li (editora Record). Ao lado, a versão mais facilmente encontrada por ai nos sebos (ed. Círculo do Livro).
OBS: Pessoalmente eu prefiro à de cima, se querem saber! Eu acho que a capa ao lado, definitivamente, não é capaz de descrever, por assim dizer, a coisa toda.
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