Manuscrito
Voynich é um misterioso livro ilustrado com um conteúdo incompreensível.
Imagina-se que tenha sido escrito há aproximadamente 400 anos por um autor
desconhecido que se utilizou de um sistema de escrita não identificado e uma linguagem
ininteligível. É conhecido como "o livro que ninguém consegue ler".
Ao longo de sua
existência registrada, o manuscrito Voynich tem sido objeto de intenso estudo
por parte de muitos criptógrafos amadores e profissionais, incluindo alguns dos
maiores decifradores norte-americanos e britânicos ao tempo da Segunda Guerra
Mundial (todos os quais falharam em decifrar uma única palavra). Esta sucessão
de falhas transformou o manuscrito Voynich num tema famoso da história da
criptografia, mas também contribuiu para lhe atribuir a teoria de ser
simplesmente um embuste muito bem tramado – uma sequência arbitrária de símbolos.
A teoria hoje mais aceita é de que o manuscrito tenha sido criado como arte no
século XVI como uma fraude.
O volume,
escrito em pergaminho de vitelo, é relativamente pequeno: 16 cm de largura, 22
de altura, 4 de espessura. São 122 folhas, num total de 204 páginas. Estudos
consideram que o original teria 272 páginas em 17 conjuntos de 16 páginas cada,
outros falam em 116 folhas originais, tendo 1 se perdido.
Conforme
datação por Carbono 14 feita pela Universidade do Arizona, o pergaminho data do
início do século XV[1]; Conforme análise do “Mc.Crone Research Institut” a
tinta é da mesma época, embora as cores dos desenhos sejam posteriores.
Acompanha o
texto uma quantidade significativa de ilustrações em cores que representam uma
ampla variedade de assuntos; os desenhos permitem que se perceba a natureza do
manuscrito e foram usados como pontos de referência para os criptógrafos
dividirem o livro em seções, conforme a natureza das ilustrações.
Seção
I (Fls. 1-66): denominada botânica, contém 113 desenhos de plantas desconhecidas.
Seção
II (Fls. 67-73): denominada astronômica ou astrológica, apresenta 25
diagramas que parecem se referir a estrelas. Aí podem ser identificados alguns
signos zodiacais. Neste caso ainda fica difícil haver certezas acerca do que
trata realmente a seção.
Seção
III (Fls. 75-86): denominada biológica, denominação que se deve
exclusivamente à presença de muitas figuras femininas, frequentemente imersas
até os joelhos em estranhos vasos comunicantes contendo um fluido escuro.
Logo após essa
seção vem uma mesma folha repetida seis vezes, apresentando nove medalhões com
imagens de estrelas ou figuras que podem parecer células, imagens radiais de
pétalas e feixes de tubos.
Seção
IV (Fls. 87-102): denominada farmacológica - medicinal, por meio de imagens
de ampolas e frascos de formas semelhantes às dos recipientes das farmácias
antigas. Nessa seção há ainda desenhos de pequenas plantas e raízes,
possivelmente ervas medicinais.
A última seção do manuscritto Voynich tem
início na folha 103 e prossegue até o fim, sem que haja nessa seção final mais
nenhuma imagem, exceto estrelinhas (ou pequenas flores) ao final de alguns
parágrafos. Essas marcações fazem crer que se trata de algum tipo de índice.
O manuscrito
Voynich deve sua denominação a Wilfrid Michael Voynich, um americano de
ascendência polonesa, mercador de livros, que adquiriu o livro no colégio
Jesuíta de Villa Mondragone, em Frascati, em 1912, através de padre jesuíta
Giuseppe (Joseph) Strickland (1864-1915). Os Jesuítas precisavam de fundos para
restaurar a vila e venderam a Voynich 30 volumes da sua biblioteca, que era
formada por volumes do Colégio Romano que tinham sido transportados ao colégio
de Mondragone junto com a biblioteca geral dos Jesuítas, para evitar sua
expropriação pelo novo Reino da Itália. Entre esses livros estava o misterioso
manuscrito.
Recentemente
foi levantada a hipótese que buscava entender o motivo da dificuldade para o
texto ser decifrado. Gordon Rugg, em julho de 2004, individualizou um método
que poderia ter sido seguido pelos autores hipotéticos para produzir “ruídos
casuais” em forma de sílabas e de palavras. Esse método, realizável mesmo com
os recursos de 1600, explicaria essa repetição de sílabas e de palavras, a
essência básica típica da escrita casual e tornaria verossímil a hipótese de o
texto ser um falso trabalho renascentista criado como arte para enganar
qualquer estudioso ou soberano.
O manuscrito
foi utilizado como elemento literário, como pelo escritor britânico Colin
Wilson em um conto inspirado em H. P. Lovecraft, O retorno dos Lloigor, como
pelo escritor fantástico Valerio Evangelisti que na sua “Trilogia de
Nostradamus, assemelha o Voynich a um Arbor Mirabilis e dele faz um texto
esotérico no centro de uma trama complexa que se passa através da história
francesa do século XVI.[3].
No romance de
terror Codex, de Roberto Salvidio (2008)[4], vê-se uma hipotética decifração do
manuscrito Voynich..
O Manuscrito é
também protagonista do romance “O Manuscrito de Deus” de Michael Cordy.[5] no
qual o manuscrito é parcialmente decifrado por uma docente da Universidade de
Yale, sendo que se tratava de um mapa, instruções para encontrar o Jardim do
Éden.
Fonte: Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário