terça-feira, 6 de maio de 2014

Hannibal, por Ridley Scott



"Muita gente tem a impressão de que Hannibal vem antes e não como uma sequência do inesquecível O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme. Para os fãs extremados, é a terceira parte da trilogia do Dr Lecter, que na verdade começa com o excelente Dragão Vermelho. Para mim, Hannibal é um filme isolado.

De certa forma, eu vejo Hannibal como uma história romântica. Escura e trágica, para ser sincero, mas, em baixo de sua superfície de suspense e violência, eu sempre estive fascinado por sua história de amor impossível e seu senso de humor. Dois personagens que não podem separar-se na vida e, mesmo existindo um abismo entre eles, são espíritos afins.

Thomas Harris criou um rico e hipnotizante romance que foi transformado em filme..."

- Ridley Scott.

Eu fiz questão de transcrever essa declaração do diretor do filme (o lendário Ridley Scott, que também dirigiu Alien - o 8º passageiro, Blade Runner, Falcão Negro em Perigo, Cruzada, Gladiador, entre outros). O motivo? Ele disse algo que resume bem a coisa toda, como eu vejo: 

"De certa forma, eu vejo Hannibal como uma história romântica. Escura e trágica, para ser sincero, mas, em baixo de sua superfície de suspense e violência, eu sempre estive fascinado por sua história de amor impossível..."



Eu sei que é perfeitamente normal lembrar da violência, canibalismo, etc. quando se fala sobre Hannibal Lecter. Mas acho terrível limitar um personagem tão rico e fascinante como ele apenas como um louco canibal. Isso seria apenas ver pela superfície. Mas não culpo as pessoas por pensarem assim, afinal elas só veem um filme e ficam tensas com algumas cenas de violência. 



Não sou insensível a isso tudo. Não por ser sádico ou ter alguma parafilia nisso. Na verdade, o canibalismo é a parte que menos gosto no Dr. Lecter. Eu posso dizer isso porque vi todos os filmes, li todos os livros e estou assistindo a série (sim, eu sou fã, deu pra perceber? Rsrsrs).

Pra mim, Hannibal não é necessariamente mau. Ele é destrutivo, o que é diferente de ser mau. Afinal, as tempestades, furacões e terremotos possuem um alto poder de destruição, mas você não pode dizer que sejam coisas do mal. Dessa forma, eu vejo Hannibal, assim como os terremotos, tempestades e furacões... apenas como mais um fenômeno da natureza.


Então, por favor, não venham criticar a história, sem ao menos entendê-la. Hannibal Lecter está longe de ser só mais um "psicopata canibal" Quem pensa assim... bem, dê meia volta e vá assistir Dexter.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Como seria ser como Davy Jones?


Imagino-me, as vezes, como seria viver na pele de Davy Jones, o cruel, solitário e amargo capitão do Holandês Voador.

Velejar pelos escuros, frios e distantes mares ao redor do globo. Isso sem falar que conheceria as maravilhas do fundo do oceano. Poderia agir sem medo, liberar meus instintos mais selvagens, não ter piedade, ou que me preocupar com mais ninguém.

O ar frio da noite seria o combustível que o manteria sempre alerta. Os respingos de maré, a certeza de que nada mais o deteria. A certeza de que era intocável, acontecesse o que fosse.

E assim, retornaria sempre tranquilo para o lar, ou o que poderia ser chamado de lar, pois seu coração estaria escondido numa ilha distante, trancafiado em um baú, protegido até dele mesmo.

A priori, estaria livre, sem sentir dores ou remorsos. Nada de decepções amorosas ou crises de consciência. Porém, bastava soar o nome da amada que, mesmo à milhares de léguas, uma terrível fisgada poderia ser sentida em seu coração.

Mesmo à distância, o coração de Davy Jones se partia... mais uma vez.