sábado, 26 de julho de 2014

A Noite dos Mortos Vivos



"Pense em todas as pessoas que já viveram e morreram e que nunca mais verão as árvores, a grama ou o sol.

Tudo parece tão breve, tão... inútil, não é? Viver um pouquinho e depois morrer? Tudo parece resultar em nada.

Ainda sim, de certa forma, é fácil invejar os mortos. Eles estão além da vida, além da morte.

Têm sorte de estarem mortos, de terem feito as pazes com a morte e não precisarem mais viver. Então debaixo da terra, alheios ao medo de morrer.

Não precisam mais viver, nem morrer, nem sentir dor, nem conquistar nada. Ou saber qual é o próximo passo, e nem se perguntar como seria enfrentar a morte.

Porque a vida parece ao mesmo tempo tão feia, bonita, triste e importante quando estamos vivos? E tão banal quando chegamos ao fim?

A chama da vida arde por um tempo e depois se apaga. As sepulturas aguardam pacientemente a hora de serem ocupadas. A morte é o fim de toda vida. Quando sopra a brisa alegre de uma nova vida, ela não sabe e nem se importa com a antiga vida, e quando chega a hora, morre também.

Viver é se remexer constantemente em um túmulo. As coisas vivem e morrem. As vezes vivem bem, e as vezes vivem mal, mas sempre vivem. E a morte é aquilo que reduz todas as coisas ao menor denominador comum.

Por que será que as pessoas têm medo de morrer?

Não é pela dor. Não é sempre pelo menos. A morte pode ser instantânea e quase indolor. A morte em si é um fim para toda dor. Então porque as pessoas têm medo de morrer? Que coisas poderiam aprender com os mortos se eles encontrassem um modo de voltar para nós, de voltar dos mortos?

Seriam nossos amigos? Ou os nossos inimigos?

Saberíamos lidar com eles? Nós... que nunca superamos o medo de encarar a morte."

- Texto extraído do livro 'Night of the Living Dead', by John Russo.


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