domingo, 31 de julho de 2011

Um Conto de Domingo



Não se sabe bem como tudo aquilo começou. Não se sabe bem desde quando ele começou a se sentir daquela forma, a ter aqueles pensamentos. Mas a questão é que eles estavam lá, em sua cabeça.

E eram assim todos os domingos. Aquela nostalgia, tristeza de nem sei bem o quê. Seria típico de todos os domingos ou seria mais uma de suas idiossincrasias? Como saber? Afinal era domingo.

Tentou entreter-se um pouco com a televisão. Tinha agora uma programação especial com mais de duzentos canais a seu dispor. Antes era apenas a chamada “TV aberta”. Mas não mais, não desde que fora promovido em seu emprego, há uns dois anos, conseguira um aumento de cinqüenta por cento em seu ordenado. Mas nada naquela extensa programação chamava sua atenção por mais de cinco ou seis segundos. Seus olhos estavam voltados para dentro de si.

Foi na cozinha preparar uns dois ou três sanduíches daqueles bem turbinados (hambúrguer, queijo, presunto...). Talvez assim conseguisse dessa forma tão comum, preencher o vazio que sentia dentro de si, embora algo lhe dizia que não seria com comida que satisfaria esse seu tipo de necessidade.

Depois de comer foi se sentar em sua poltrona para ler um pouco. Seues olhos passaram por diversos livros: poesia, enciclopédias, história, romances... Até mesmo seu estudo sobre o candomblé na Bahia (cujo artigo sobre o assunto ele já estava quase terminando) foi capaz de lhe despertar algum interesse. Fechou todos os livros e os deixou no chão, ao seu lado. Cerrou os olhos, pôs a mão em seus olhos e julgou ter adormecido.

Quando acordou, já era noite. Adormecera a tarde toda e ficou triste por isso. Nem ao menos estava com sono. Seu dia de folga passara totalmente em vão. Amanhã iria voltar ao trabalho e tentar demonstrar a naturalidade e otimismo que sua função exigia. Seu papel para os outros (e para si mesmo).

Mas ainda é domingo. Foi tomar um banho, desligou o computador e foi dormir. E sonhou que amanhã ainda seria domingo.

Jardel Leite

sábado, 30 de julho de 2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Toca do Coelho

[Uma vez me perguntaram o que eu tinha como felicidade. E me lembrei que tal conceito fora para mim mudando com o passar do tempo. Dependendo sempre de onde e como estivesse. Ou do que necessitasse ou quisesse. Ou ainda, de quem eu gostaria que estivesse sempre ao meu lado.

No entanto eu lembro que nesta mesma época ainda morava na casa de meus pais. E o que mais desejava era chegar a casa e não ter problema algum. Nenhuma dificuldade, todas as contas estivesse em dia, a geladeira e a dispensa abastecidas. E que todos debaixo daquele teto estivessem bem, com saúde e tudo mais que se tem direito.

Eu sinceramente desejava muito que chegasse esse dia de gloria. Pedia a Deus que no exato momento em que passasse pela porta da sala, toda a escuridão do mundo ficasse do lado de fora. Eu esperava com tanta ansiedade que ao entrar na casa eles estivessem felizes e comemorando alguma coisa. Ou simplesmente apenas felizes. Como se apenas felicidade já não fosse o bastante. Eu queria muito ver minha a mãe sorrindo, meu pai menos cansado, minha irmã menos nas nuvens e mais na terra. Até meu irmão poderia está lá com eles, rindo e se divertindo, até as minhas custas se fosse o caso.

Hoje olhando para trás, talvez eles nunca tenham pensando que sempre lhes desejei isso, por ser sempre tão estrangeira tão tangente a vida deles, mas isso nunca fora verdade. Na hora da necessidade o sangue chama, ouvi isso em algum lugar. E sempre que por mim chamaram, lá estava eu. Eu queria realmente que eles fossem felizes. Com ou sem mim.

Mas, o dia de glória nunca chegou. Minhas preces a Deus foram em vão. A dispensa continuou vazia, a geladeira também. Minha mãe fora vencida pela tristeza e meu pai pelo cansaço. Meus irmãos conheceram o mundo e se perderam dentro dele.

E um dia eu abri a porta de casa e não havia ninguém mais lá. Nem eles e nem eu].

Cláudio Alving

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Iluminado - The Shinig (1980)

Sempre quando se fala do filme O Iluminado ( "The Shining" de Stanley Kubrick) nos vem em mente uma série de símbolos e detalhes visuais presentes em todo o filme: o machado de Jack Torrance, o triciclo do pequeno Danny, o tapete do imponente e assustador hotel Overlook, etc.

Há vários designers, poster e gráficos representativos do filme. A grande maioria foi usada como poster do filme, outros nunca chegaram efetivamente a serem utilizados na publicidade do filme. Segue abaixo alguns exemplos de posters alternativos.
 











domingo, 17 de julho de 2011

Mazzaropi - Um Caipira Pé No Chão


Uma pergunta a se fazer: quem, que nasceu na década 80 pra cá já ouviu falar no Mazzaropi? Infelizmente creio que não muitas pessoas. Eu mesmo só  "descobri" há pouco tempo.

Um orgulho para a cultura dos brasileiros. Há quem diga que ele (e não o Renato Aragão -Didi) foi o Chaplin brasileiro. Com um humor sem maldade, puro e capaz ainda de nos despertar sorrisos sinceros, é impossível não se emocionar. Mazzaropi encarnou o caipira Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato.

Acho que é meu dever divulgar esse ícone. Conheça um pouco mais no documentário UM CAIPIRA PÉ NO CHÃO.

sábado, 16 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nunca um compromisso


"A literatura não é um compromisso. Nunca. O compromisso, se existe, será o dessa pessoa que é o escritor. A literatura não pode ser instrumentalizada. Não se pode dizer que sirva para isto ou aquilo."

José Saramago

sábado, 2 de julho de 2011