domingo, 29 de junho de 2008

TOM JOBIM (1927-1994)

Nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, mudando-se logo com a família para Ipanema. A ausência do pai durante a infância e adolescência lhe impôs um contido ressentimento, desenvolvendo no maestro uma profunda relação com a tristeza e o romantismo melódico, transferido peculiarmente para as construções harmônicas e melódicas. Aprendeu a tocar violão e piano tendo aulas, entre outros, com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, introdutor da técnica dodecafônica no Brasil.

Pensou em trabalhar como arquiteto e chegou a se empregar em um escritório, mas logo desistiu e resolveu ser pianista. Tocava em bares e boates em Copacabana, como no Beco das Garrafas no início dos anos 50, até que em 1952 foi contratado como arranjador pela gravadora Continental. Além dos arranjos, também tinha a função de transcrever para a pauta as melodias de compositores que não dominavam a escrita musical. Datam dessa época as primeiras composições.

Tom foi um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York em 1962. No ano seguinte compôs, com Vinícius, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema.

Aprofundando seus estudos musicais, adquirindo influências de compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim prosseguiu gravando e compondo músicas vocais e instrumentais de rara inspiração, juntando harmonias do jazz (Stone Flower) e elementos tipicamente brasileiros, fruto de suas pesquisas sobre a cultura brasileira.

Inexplicavelmente, a genialidade de Tom Jobim continua sempre mais reconhecida nos palcos internacionais que entre os brasileiros, que estão em melhores condições de apreciar a beleza de suas canções, por exemplo no que se refere à concatenação melodia e letra. Como traduzir "Caingá candeia, é o Matita Pereira(...)" "Passarinho na mão, pedra de atiradeira(...)" da canção "Águas de Março"?

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro foi renomeado Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio Carlos Jobim ', só por pressão junto ao Congresso Nacional de uma comissão de notáveis, formada por Chico Buarque, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, Antônio Cândido, Antônio Houaiss e Edu Lobo, criada e pessoalmente coordenada pelo crítico Ricardo Cravo Albin.

sábado, 28 de junho de 2008

Gestação do meu primeiro Livro


Caros amigos,

É com um imenso orgulho que venho comunicá-los:

Hoje comecei a escrever meu primeiro livro! É uma grande empreitada, eu sei. Mas há tempos em que eu venho adiando está data. Acho que agora consigo!

Junto com a responsabilidade de escrever algo agradável e "não-enfadonho" vem o dever de escrever algo que agregue valor a quem leia. Falo também não apenas da responsabilidade de escrever mais um passatempo, mas sim, uma história com romance, comédia, cultura, reflexões... tudo isso dosado com leves pontadas de humor. Não será fácil prever o resultado de tal conúbio.

Não será tão fácil quanto eu possa imaginar. Só estou acostumado a escrever essas baboseiras de praxe nesse blog, algumas reflexões pessoais, duas poesias e algumas redações toscas (mero treino para o vestibular).

Mas existe algo que me conforta: Eu não pretendo escrever nenhuma grande obra da literatura brasileira. Existe um grande paradigma entre os escritores, pricipalmente entre os calouros: Todo mundo quer ser genial, inovador! Eu não.

O enredo será sobre um engenheiro bem sucedido, solteiro, que escolheu sua vida profissional à sua vida pessoal. No desenrolar da história ele conta como fez para chegar onde chegou e o que teria acontecido se tivesse mudado algumas de suas escolhas no passado. Ele possui uma vida intelectualmente ativa: é professor universitário, é um dos fundadores de um seleto grupo de leitura e artes (CALCE) e escreve artigos para uma conceituada revista erudita dentro da universidade.

Essa prévia eu só estou passando aos leitores do psicodelicus.

Aos que torcem por mim: Obrigado!
Aos que não vêem com bons olhos: Paciência!

sábado, 21 de junho de 2008

Mata Hari


Mata Hari, nome artístico de Margaretha Geertruida Zelle, (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 — Vincennes, 15 de outubro de 1917) foi uma dançarina exótica dos Países Baixos que foi acusada, condenada e executada por espionagem durante a Primeira Guerra Mundial.

Mata Hari era filha de um empresário com uma descendente de javaneses. No início do século XX, depois de uma tentativa fracassada de se tornar professora, um casamento igualmente fracassado e de ter dois filhos, ela se mudou para Paris. Ela posava como uma princesa javanesa e se tornou uma dançarina exótica. Seu pseudônimo Mata Hari quer dizer sol (mais literalmente "olho do dia") em malaio e língua indonésia. Ela também foi uma cortesã que teve casos amorosos com vários militares e políticos.

Durante a guerra, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, tanto franceses quanto alemães e se tornou um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido com exatidão se ela fora realmente uma espiã, e se sim, quais eram as suas atividades como tal. Em 1917 ela foi a julgamento na França acusada de atuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e França. Foi considerada culpada e no dia 15 de outubro do mesmo ano fuzilada.

Existem numerosos rumores em torno de sua execução. Um dos mais fantasiosos diz que os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não sucumbir a seu charme. Outra história cita que Mata Hari jogou um beijo aos seus executores antes que começassem a disparar. Uma terceira versão diz que ela não só jogou um beijo, mas também abriu a túnica que vestia e morreu expondo o corpo completamente nu.

Existe um último e mais complicado rumor (e ainda assim um dos mais persistentes). Mata Hari estaria estranhamente serena durante o fuzilamento. Teria aceitado uma dose de rum, mas se recusado a ser vendada ou amarrada a uma árvore. A explicação seria de que um jovem francês chamado Pierre de Morrisac pretendia enganar o pelotão de fuzilamento carregando suas armas com balas de festim. No entanto a armação falhou e as armas foram devidamente carregadas. Dificilmente essa história seria algo mais do que uma lenda, já que guarda uma semelhança suspeita com a popular ópera Tosca, criada por Puccini.

O filme de 1931, "Mata Hari", descreve seus últimos dias de vida. Greta Garbo interpretou o papel principal. Existe uma outra versão do filme Mata Hari de 1985 com a atriz holandesa Sylvia Kristel. Mata também é mencionada na comédia Casino Royale (1967), quando é dito que, ela e James Bond tiveram uma filha, chamada Mata Bond, e Mata Hari foi o grande amor da vida de James.


sexta-feira, 20 de junho de 2008

NINGUÉM NAMORA MAIS AS DEUSAS



Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo.

Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha?
As mulheres não são mais para amar; nem para casar. São para "ver".
Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?
Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...

As mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.

Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".
O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.

Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.
Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.

Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.
A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.

A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso: Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.

São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.
Mas, diante delas, o homem normal tem medo.
Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".
Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.
Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.

Não há mais o grande "conquistador"
Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.

Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...
Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu).

Mas ainda existem mulheres de verdade.
Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem "dentro de casa", o seu trabalho.
E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".
Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.

Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!
Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Beegees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!
Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:
-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica". E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...

Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!
Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira. A mulher brasileira é linda por natureza!!
Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza. E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv:

Façam-os sumirem da sua vida!!!

Arnaldo Jabor

domingo, 15 de junho de 2008

Chianti


Há algumas semanas atrás, eu estava lendo Dom Casmurro (que todos sabemos ser uma obra prima da literatura brasileira, do nosso grande escritor Machado de Assis) e em um capítulo, logo no início, ele fez uma referência a um certo Chianti.

O que seria isso? Eu que sou metido a "sabe-tudo" (só de fachada) e tenho uma certa curiosidade fui pesquisar. Para minha descoberta além de descobrir que Chianti é um vinho, também descobri um fato bastante interessante, eis que quero compartilhar com meus leitores (se é que tenho algum!).

Chianti é um vinho tinto italiano produzido na região da Toscana.

É um vinho tinto seco, com notas de fruta muito concentrada e é produzido com as uvas Sangiovese. O Chianti combina bem com comidas leves e seus sabores e aromas de violeta e cereja são impressionantes.

O Chianti não é exatamente um vinho de guarda mas pode manter suas características por longos anos desde que bem armazenado. Alguns deles são produzidos sob DOCG (Denominazione d'Origine Controlatta e Garantita).

Curiosidade
Há uma lenda interessante envolvendo os vinhos Chianti: Em meados do século XVII, as disputas políticas envolvendo as cidades de Siena e Firenze (Florença) quanto à extensão territorial de cada uma alcançaram também a denominação dos vinhos Chianti. A fim de resolver essa questão, foi proposta a realização de uma prova para a delimitação das fronteiras.

A prova, uma corrida, envolveria um cavaleiro de cada cidade que deveria sair em direção à outra assim que o galo cantasse na alvorada. A fronteira seria o ponto onde eles se encontrassem. Acertado isso, o povo de Siena elegeu um galo bonito, jovem, bem nutrido para cantar na alvorada enquanto que o povo de Firenze escolheu um galo negro, magro e mal alimentado. É claro que o galo de Firenze acordou mais cedo, pois tinha fome, e cantou antes do galo de Siena fazendo com o que o cavaleiro de Firenze tivesse boa vantagem. Essa vantagem fez com que os cavaleiros se encontrassem já bem perto de Siena e, como conseqüência, a cidade de Firenze conquistou um território maior que a vizinha.

Dizem que essa disputa também levou para Firenze a exclusividade do nome Chianti que é representada nas garrafas por um galo negro.

sábado, 14 de junho de 2008

Escalar ou Vetorial?


Alguém já parou para pensar no seu próprio crescimento? Acredito que todos, mas a questão é:

Alguém já parou pra pensar como se sabe se você está evoluindo ou retrocedendo? Existe algum meio de medir a velocidade dessa evolução (ou retrocesso)?

É interessante pensar nisso. Na Física do colégio aprendemos conceitos elementares e um deles é o de "Grandezas escalares e vetoriais". Pode-se definir, de uma maneira bem superficial, que uma grandeza vetorial é aquela que pode ser medida (Tempo, velocidade, temperatura, pressão,etc) e uma grandeza escalar é tudo o que não pode ser medido (amor, amizade, desejo, pensamentos, etc)

E o desenvolvimento pessoal? Como posso classificar? Oh eterna dicotomia...

Acho que, e creio que quem estiver lendo este texto irá concordar comigo, que trata-se mais de uma questão filosófica do que de Física. Há fatores que nos agregam valor e outros não. Mas estes mesmos fatores que nos agregam valor não necessariamente também irá agregar valor ao meu próximo.

Por exemplo: Ler Nietzsche pode agregar muito valor a um niilista, mas não a um menos escolado ou a um religioso fervoroso.

Outro exemplo: Sair aos finais de semana a noite para uma balada pode ser prejudicial a algum jovem desempregado que precisa estudar mais e criar mais algumas responsabilidades, mas por outro lado, pode ser bastante favorável a um jovem que "fobia social" ou sinta problemas em se relacionar com alguma pessoa.... deu para entender?

Mais um exemplo: Ter uma renda anual de R$ 10.000,00 reais para um pode ser uma dádiva mas para outros seria um abuso! ( tem tanta gente que ganha isso por mês..)

Tem gente que usa o fator financeiro como parâmetro de crescimento. Pode ser um meio mas não o único.

Eu, como técnico em edificações, teoricamente deveria me importar mais com as grandezas vetorias (perda de carga em uma tubulação, coeficientes de ditalatação, áreas e volumes, sobrecarga em estruturas...) mas antes de ser um técnico eu sou um homem. Homem sujeito a emoções, dúvidas e ambições... Um técnico dependente das grandezas escalares!

Quem dera se houvesse uma tabela com pontos para nos mostrar nosso desenvolvimento. Uma tabela do tipo cartesiano: "Deixe-me ver, deixe-me ver... tenho 19 anos (no eixo X) e tenho um curso técnico (eixo Y) então... é estou atendendo as expectativas" Seria como no meu trabalho, eu sei que um pedreiro deve assentar X m² de revestimento cerâmico por dia, se ele atender esse parâmetro ele está sendo produtivo, caso contrário ele está atrapalhando o cronograma da obra.

Mas não existe um tabela para nos mostar se estamos indo bem ou não. E se houvese, ou ela deveria ser constantemente atualizada ou deveria haver muitas (ou tantas quanto forem os tipos de pessoas) para se adequar a cada um!

domingo, 8 de junho de 2008

As três peneiras


Um rapaz procurou Sócrates e lhe disse que precisava contar algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

Três peneiras?

Sim. A primeira é a verdade. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer por aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade. Deve então passar pela segunda peneira: a Bondade. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?
Se o que você quer contar é verdade. É coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a Necessidade . Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

E arremata Sócrates:

Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.