Em As Ilhas da Corrente temos mais uma amostra do que foi o fenômeno Ernest Hemingway. O livro relata a história de Thomas Hudson e suas suas aventuras e experiências como pintor e em diversas atividades anti-submarinas (Segunda Guerra Mundial) no litoral de Cuba.
Solitário, Hudson perde sua família em um trágico acidente e reflete sobre o fim de seu relacionamento com sua ex-esposa - Tudo isso enquanto pinta, pesca e navega em suas missões. Thomas Hudson tem muito do próprio Hemingway - barbas brancas, preciador de bebidas, amante do mar e vivendo em um auto-exílio.
O livro é dividido em três partes: Bimini, Cuba e No mar.
Na primeira parte, em Bimini, conhecemos alguns detalhes de sua rotina solitária como pintor. Recebe a visita dos filhos e de sua ex-mulher. Um fato interessante é que, apesar de ser uma pequena visita, Hudson não se envolve tanto com os filhos, pois sabe que logo eles irão embora e ele voltará a ficar só, tendo que depois reacostumar-se com a solidão do lugar. Mas isso não o impede de aprender e ensinar muito a seus filhos. Nessa primeira parte temos, ainda, um longo duelo entre o homem (seu filho) com um peixe extraordinário - o que não nos deixa de relembrar outro sucesso do autor, o Velho e o Mar.
Já na segunda e terceira parte, Hudson está em Cuba, durante a Segunda Guerra. Mesmo lidando com suas tragédias pessoais, suas atividades secretas combatendo e perseguindo submarinos inimigos (alemães), ele segue sempre em frente, tendo em vista sempre o dever
"Meta isso na cachola. O filho, você perde. O amor, também. A honra, há muito tempo que se foi. O dever, você faz."
E como em toda obra verdadeiramente Hemingwayniana, temos ainda o uso de frases curtas, com impacto, sem exageros de descrições as vezes desnecessárias (apesar de os cenários serem dos mais paradisíacos).
Impossível não gostar. Eu pelo menos adorei - e recomendo!
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