Há cerca de quarenta e um anos (Novembro de 1970) que o escritor japonês Yukio Mishima morreu. E pode-se afirmar que de todas as mortes de escritores ocorridas no século 20 a sua foi a mais impressionante: Mishima e quatro companheiros invadiram um quartel em Tóquio, fizeram de prisioneiro um alto comandante e o líder, Yukio, fez um discurso patriótico aos soldados para persuadi-los a restituírem o poder do imperador, reduzidos pela tropas americanas em ocupação. E disse que ia suicidar-se caso não fosse atendido. Porém, como era de se esperar, os militares não o levaram a sério: Mishima cometeu suicídio na frente de todos (o trdicional Hara Kiri - suicídio japonês na época dos samurais).
Na tradição japonesa o Hara Kiri, ou seppuku, é algo heróico - visto até com bons olhos por alguns. Trata-se do indivíduo corta o próprio abdômen com uma navalha (geralmente uma espada). Mas não é só isso, há todo um ritual: o tipo certo de roupa, um ou dois goles de saquê, dois poemas para se despedir da vida, etc.
Yukio mostrava uma verdadeira e doentia obsessão pela morte: praticava culturismo e era mestre na arte espadachim dos Samurai, como maneira de adiar a velhice. Gostava também de se auto-fotografar, simulando suicídio. Essas fotos eram tidas como treino para sua morte (à maneira samurai).
Quando o pai de Mishima percebeu que o filho iria ser realmente um escritor ordenou que o filho fosse o melhor. Com 24 anos, seu livro Confissões de uma Máscara foi um sucesso absoluto.
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