Muita gente ao meu redor e não sei onde estou.
Música tão alto que nem consigo entendê-la.
Tanta gente que eu não conheço.
Até aquelas que julgava conhecer me parecem estranhas.
Mas não... eu é que estou estranho.
Todos me perguntam o que eu tenho.
Mas do que adianta, se nada podem fazer por mim?
Pulos de euforia e orgasmos sonoros.
Fecho meus olhos para tentar me situar.
Pergunto-me onde estou? [cadê a Raysa?]
E não acho as respostas, pois não às tenho.
Ainda de olhos fechados tento me sentir.
Sinto a música, o leve efeito do álcool e uma pontada de sono.
[Raysa? Me tira logo daqui!]
Pergunto-me como era na época de Baco, deus do vinho.
Será que naqueles fascinantes cultos não haveria alguém como eu?
Alguém apaixonado pelo amor? Fã da música e servo da amizade?
Que sofresse por suas escolhas? Que acreditasse em sonhos?
“Quem acredita em sonhos é porque já nasce morto”
Embora essa frase não seja minha, algo nela me soa falso.
Tão falso quanto verdadeiro. Ou minhas palavras. [Estou bem!]
[Cadê a Tais?] Eu estou com sede, muita sede.
Todos estão surdos? Porque ninguém me escuta?
Minha alma grita de todas as formas!
Mas mesmo se a escutassem, o que poderiam fazer? Hum?
Me abraçar? Me darem beijos? Às vezes isso ajuda.
Mas não hoje, mas por quê?
Não abri meus olhos ainda, tento correr para meu mundo.
Isso! Claro! No meu palácio de memórias estarei a salvo!
Ele sempre me salvou, o problema é entrar nele. [Tais... onde você está?]
Eu consegui. Mas todos repararam em minha ausência.
-Por que você está tão morgado?
-Del... se estivesse acontecendo algo, você me contaria?
Eles não têm culpa alguma eu só acho que...
Espere ai! Acho que já sei! Devo estar perdendo a razão!
A loucura é tão óbvia! A insanidade... que doce palavra.
Talvez seja melhor me entregar.
Meu corpo não passa de um peso para minha alma.
Estou louco para me livrar dessa carcaça.
Cada dia dói. Por que ninguém me ajuda?
Já fiz tanto por tantos!
O que é mais difícil: Ajudar ou ser ajudado?
Acho que agora sei a resposta.
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