sábado, 29 de março de 2008

Davy Jones e o Holandês Voador


O Davy Jones, também chamado David Jones, segundo lenda popular de marinheiros, era um demônio do mar ou, para algumas pessoas, um deus que atormentava marinheiros até a morte, atraia tempestades para navios despreparados, confundia capitães e pilotos para os fazer errar a rota de seus navios e bater em rochedos, recifes, bancos-de-areia ou entrar em correntes marítimas perigosas, além de engajavar marinheiros num estado tal lamentável para a sua tripulação.

A lenda diz ainda que Davy Jones era o capitão de um navio-fantasma chamado Flying Dutchman (Holandês Voador), que era tripulado por espíritos marinhos ou por marinheiros que tinham vendido suas almas à Davy Jones em troca de um serviço ou de suas vidas.

O demônio do mar ainda era capaz de convocar e controlar o monstro-marinho Kraken, para que seguisse seus funestos propósitos.

Outra lenda diz que Davy Jones era na verdade apenas um marinheiro, que, apaixonado pela deusa Calypso, aceitou sua proposta de imortalidade, arrancando seu coração e o colocando em um baú, que enterrou em uma ilha longínqua e desabitada, para que nunca fosse encontrado e, desde então, ele vagaria pelo mar coletando almas perdidas e as levando ao Além. Davy Jones, porém, foi traído por Calypso, tornando-se amargurado, despejando seu ódio pelos mares, matando e tentando marinheiros a se juntarem a sua tripulação. O ódio de Davy Jones, decorrente de seu amor, modificou-lhe a aparência, transformando-o no demônio que é.

Se um homem encontrar o coração de Davy Jones, que ainda bate, terá a vida do demônio em suas mãos, e por conseqüência, este fará qualquer coisa ao portador do órgão.

Em algumas regiões dos trópicos, é considerado como o deus que é contra o amor, pois Jones fará com que as pessoas não sofram mais com ele. É também o deus em que, segundo últimos relatos de pessoas dos trópicos, os piratas do século XXI temem mais.

Equivale ao satanás em terras equatoriais.

.Holandês Voador é um lendário navio-fantasma holandês que vagará pelos mares até o fim dos tempos. Em antigos documentos, pode-se encontrar registro de um navio real que zarpou de Amsterdã em 1680 e foi alcançado por uma tormenta no Cabo da Boa Esperança. Como o capitão insistiu em dobrar o cabo, foi condenado a vagar para sempre pelos mares, atraindo outros navios e, por fim, causando sua destruição. Vários relatos sobre o tal navio foram considerados miragens, embora haja uma grande variedade de detalhes descritos pelas testemunhas. No entanto não é o primeiro mito destas águas, depois do Adamastor descrito por Camões nos Lusíadas.

Existem histórias que citam o capitão de um navio que, ao atravessar uma tempestade, foi visitado por Nossa Senhora, que atendia às preces dos marinheiros desesperados. Culpando-a pelo infortúnio, atacou a imagem (ou amaldiçoou-a), atraindo para si a maldição de continuar vagando pelos sete mares até o fim dos tempos.

Durante a segunda guerra mundial, o contra-almirante nazista Karl Donitz, oficial de alto escalão do exército alemão, reportou a Hitler que uma das suas tripulações mais rebeldes comunicou que não iria participar de uma viagem a Suez, pois havia visto o Holandês Voador. No ano de 1939, 100 nadadores que descansavam na Baía Falsa, na África do Sul, avistaram o Holandês Voador.

O futuro rei da Inglaterra Jorge V e sua tripulação de 12 homens em seu navio, o HMS Inconstant, avistaram o navio-fantasma no dia 11 de Julho de 1881 quando navegavam em torno da Austrália. A lenda diz que o capitão Cornelius Vanderdecken foi amaldiçoado e condenado a vagar pelos mares para sempre.

A lenda da embarcação-fantasma Holandês Voador é muito antiga e possui diversas versões. A mais corrente é do século XVII e narra que o capitão do navio se chamava Bernard Fokke, o qual, em certa ocasião, teria insistido, a despeito dos protestos de sua tripulação, em atravessar o conhecido Estreito de Magalhães, na região do Cabo Horn, que vem a ser o ponto extremo sul do continente americano. Ora, a região, desde sua primeira travessia, realizada pela navegador português Fernão de Magalhães, é famosa por seu clima instável e sua geleiras, os quais tornam a navegação no local extremamente perigosa. Ainda assim, Fokke conduziu seu navio pelo estreito, com suas funestas conseqüências, das quais ele teria escapado, ao que parece, fazendo um pacto com o Diabo, em uma aposta em um jogo de dados que o capitão venceu, utilizando dados viciados. Desde então, o navio e seu capitão teriam sido amaldiçoados, condenados a navegar perpetuamente e causando o naufrágio de outras embarcações que porventura o avistassem.

Essa lenda também serviu de inspiração para o compositor alemão Richard Wagner, ao criar a ópera de mesmo nome.

domingo, 23 de março de 2008

Sem sentido...


Caminho à noite pela praia
Sinto o ar frio e a areia aos pés
Fecho os olhos, pensando em não pensar.
Mas já penso! Em que? Em tudo!
[Mas nunca nos domingos]
Nos amores, decepções, escolhas...
Tudo é variável, desde as escolhas
Até as conseqüências. Que futuro
Terei, eu que não tive passado?
Mas as opções me aparecem...

Um mundo em nós e nós no mundo.
Alguma relação? Qual o motivo?
[Será que chove?]. Tudo é pop.
Tudo é vão. Esforços não reconhecidos,
Sangue derramado a toa. Tudo é vão!

Qual o motivo disso tudo? Que terei eu
Feito ao mundo para merecer tal punição?
Sonhar no impossível! Querer o intocado...
Amar a mim seria mais fácil, mas pra quê?
Pensar é difícil. Uma coisa leva a outra, sempre.
[Vermes, aguardem-me mais um pouco]

[Omne ignotum pro magnifico]
Será necessário tudo isso? Nada me importa!
Fique com seus conselhos! [Isso me pouparia]
Quem tu és oh criatura vão? Despedaçar sonhos...
Quem seria tão bruto? Incapaz de amar, seja quem for
Nunca se esqueça: “Ao vencedor às batatas!”

Qual a dúvida? Perguntar é mais importante.
Nunca acredite em respostas exatas. Do que vale?
Espere ao menos terminar o download, ta terminando!
Isso seria tão óbvio... foda-se você e suas teorias.
O mundo é dos espertos. Lágrimas caem dos olhos.

Aprecie a música, feche os olhos também:
Tente você agora, diga o que pensa, estou do seu lado!
Levarei-te a um mundo ambíguo, leve seus sonhos...
Lá eles serão úteis, faça-os valer a pena!

Demora, não? [Carpe diem]
To com sono... [Carpe diem]
To com fome [Carpe diem]

Eu te desejo, seja minha!
Foi o homem de um braço só: Canhoto ou destro?
E é a mim que perguntas? Sou vesgo!
Não passo de mais um. Pra variar.

Calma... 67% é mais da metade.
Se já sabes a teoria me siga, assim não perderei tempo
Tudo vai se resolver ao seu tempo... Conversa fiada!
Acredita mesmo nisso? Eu acredito...
Quem sabe, talvez, um SIM?

CANSEI! Escrever é tão bom!
Mas dormir é melhor ainda
Boa noite!

Jardel da S. Leite


sábado, 22 de março de 2008

Círculo Vicioso


Sou um poeta medíocre
Ser medíocre me torna simples
A simplicidade me torna óbvio
Ser óbvio me torna prevísivel

Ser previsível leva ao comum
O comum desperta o abandono
O abandono me leva à solidão.

A solidão me leva à tristeza
A tristeza me leva à poesia
A poesia me leva ao amor
O amor me tornou poeta!

Jardel da S. Leite

quarta-feira, 19 de março de 2008

TAIS


O vento traz o teu cheiro, calmo
Calmo... Sinto-o avivar-me a memória.
Lembrar-me de dias não vividos
Que dias Deus meu? Que dias!

Lembro-me como hoje, não ontem,
Teus abraços, afagos... teu carinho!
Não teu amor... mas teu afeto
E tua amizade... só amizade!

Lembro-me como hoje, não ontem,
Que deitado sobre o teu corpo quente,
Que amei sem ser amado e tu
Foi amada sem me amar...

Em teu colo nu encontro o meu ninho
Em tuas lágrimas encontro sentimento.
Nada me afeta, exceto o tempo. Que passa
E passou... mas foi breve e eterno.

Mas agora, ao tempo que escrevo
O mesmo vento que trouxe teu cheiro
Traz-me agora frio e solidão
Na lembrança de dias que não virão.

Jardel da S. Leite

sábado, 15 de março de 2008

Memória


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.


Carlos Drummond de Andrade


quinta-feira, 13 de março de 2008

Um pouco de Epicuro.


Ultimamente andei reavaliando o meu modo de ver as coisas. Pricipalmente a maneira como me relaciono com os outros. Muitas vezes fui bastante radical, inflexível... cabeça dura mesmo!
Sabe, do tipo "ou tudo ou nada", e bem... sou apenas um ser humano e estou sujeito a falhas. Algo importante está para acontecer na minha vida. Não necessariamente na minha mas na vida daqueles que amo.

O divertido das pessoas são seus relacionamentos e suas batalhas para serem felizes. As intrigas, os amores, os amigos, os inimigos, os estudos... Mais divertido ainda é quando temos aquelas pessoas das quais influenciamos sem elas notarem.

Alguns chamam isso de brincar com os sentimentos, eu o chamo de vida. E como vida para mim é um jogo, digamos que isso na verdade é um jogo. Já fui muito criticado, crucificado, julgado por causa desse modo de pensar e ser. Só que com tudo isso, várias pessoas evoluíram, desenvolveram certas falhas e fraquezas. E isso ninguém vê, ninguém agradece. Mas pra falar a verdade não estou atrás de agradecimentos (embora reconhecimento, às vezes, não faça mal a ninguém!), só queria me sentir às vezes mais útil, ou que as coisas acontecem porque tem um dedo meu na história.

Mas agora certos conceitos meus estão mudando. Procuro não dar mais tantos conselhos sobre relacionamentos. Apenas mostro os caminhos que levaram certas ações e os por quê dos acontecimentos. Estou dando umas férias a minha mente ocupando-a mais comigo e com algumas metas, claro sem esquecer de realizar certos pecados que dão cor a vida.

É tão difícil deixar por algum tempo de mapear, conceituar, prever certas coisas. Mas, afinal, é Consensus omnium (Consenso de todos) que o futuro somente a Deus pertence. Acho que terei que me entregar mais um pouco as coisas belas da vida: a leitura, a poesia, ao sexo (SE for possível), a internet (QUANDO for possível), aos estudos... dar valor as coisas boas da vida, e não lamentar as coisas que possam acontecer!

Viva ao Epicurismo!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Um tapa na felicidade



Então eu me pego analisando tudo e todos e, me pergunto: “Sou feliz?”.

Mas, o que é a felicidade? Por que precisamos dela? E por que sempre estamos atrás da mesma? Nisso o meu lado perverso diz: “Felicidade nada mais é do que uma droga viciante!”.


Realmente! Viciamos nessa tal felicidade. Viciamos de certa forma que não aceitamos ficarmos tristes ou com outra emoção a não ser a felicidade. Que terrível.Como toda teoria tem que ter exemplos, aqui está os meus.

Imaginem um homem num bar, bebendo, dando gargalhadas com os amigos e no fim, sai com uma mulher linda. Todos iram dizer que esse homem é feliz. Mas se eu disser que não é a primeira e nem a segunda vez que ele vai nesse mesmo bar, bebe, da gargalhadas com os amigos e sai acompanhado com uma mulher? Viram? Para ele ter felicidade ele sempre faz isso. E no outro dia, você acha que a felicidade continua junta com ele ou foi embora com o álcool na urina?

Agora um palhaço de circo. Sempre alegre contando suas piadas. Sorrindo e fazendo os outros sorrirem. Mas será que ele não cansa de fica contando e fazendo as mesmas coisas sempre? Não cansa de fingir ser alegre para as pessoas que o virem, achar o mesmo? Se fosse isso, ele não precisaria viver escondido debaixo de uma mascara pintada.

Um jovem da um tapa na pantera para sentir-se feliz por um instante. E sempre vai repetindo, repetindo e repetindo até ficar todo acabado por causa da droga. Mas agora vem a pergunta. Que droga o fez ficar horrível, como um cadáver vivo, as drogas ilegais ou a felicidade que ele busca através delas?

Então me fiz a seguinte pergunta: “O que me faz ser feliz e onde posso achar essa tal felicidade?”. Resposta: “Muito dinheiro para fazer o que quiser”. Mas dizem que dinheiro não compra felicidade. Coitados! Se a felicidade é uma droga viciante então é só ir à loja certa!

“Quando somos felizes, sempre somos bons; mas, por sermos bons, nem sempre seremos felizes”. O retrato de Dorian Gray

sábado, 8 de março de 2008

Adormecida


Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço de horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
Iam na face trêmulos - beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as belas tranças!

E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio
Pra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...


Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"O' flor! - tu és a virgem das campinas!
Virgem - tu és a flor da minha vida

Castro Alves

quinta-feira, 6 de março de 2008

Máscaras


O que pode ser pior do usar uma máscara?Talvez os motivos que o levam a usá-la... Talvez. Quem sabe? Talvez quem as use. Eu sei? Talvez.

Muitos olham para sua máscara, fazem alguns comentários e depois se perguntam quais os motivos que o levaram a usá-la. Mas poucos realmente se preocupam em tentar descobrir quem está por trás dela. Alguém legal? O que será que ele gosta? Por que ficar sozinho, aparentemente, parece ser melhor do que estar na companhia daqueles que o amam?

Já estou cansado de conversar com algumas pessoas e elas me dizerem: "Nossa... você me surpreendeu, não o imaginava assim." ou então: "Quantos anos você disse mesmo que tinha? O que? Só isso? Não acredito, você é muito maduro pra sua idade". Porra, mas realmente é verdade. Se você parar pra pensar ninguém deve julgar ninguém pelas aparências, mas disso todo mundo já sabe, virou até ditado popular: "Nunca julgue um livro pela capa!". Mas onde quero chegar é: Se as pessoas se surpreendem tanto comigo, tomam essa choque de surpresa, é porque, a primeira vista, eu num aparento realmente ser grande coisa. Sou muito vaidoso intelectualmente e adoro receber elogios mesmo nem sempre acreditando muito neles.

Recebi hoje uma noticia muito importante. Eu a esperava há tanto tempo que já havia até me esquecido de que a esperava. Mas fiquei contente, não feliz.

Há uma tênue relação entre felicidade e contentamento. No meu mundo, quando você está feliz nada o aborrece e o motivo de sua felicidade é o que te importa no momento. Ou seja, um bom estado de espírito. Já o contetamento está mais relacionado com satisfação.

Mas voltando ao assunto das máscaras. Eu uso uma máscara mas não com o intuito de ser falso, mas no sentido de não deixar que os outros vejam como me sinto. Cansei de esperar que os outros vejam o meu valor e/ou se preocupem de como eu me sinto. Sinto-me como se eu tivesse vivido, por longo tempo, uma história que não foi minha. Mas agora quero viver uma outra vida, recomeçar do zero, não necessáriamente deixando o passado todo para trás, pois existem muitas cicatrizes em mim. Cicatrizes estas que nos lembram que por mais que as coisas (e as pessoas) possam mudar o nosso passado foi real. Quero investir só em mim. Estou sendo egoísta, sei disso mas prefiro dizer que estou sendo "individualista"Sei que isso melhora minha auto-estima, mas prejudica as minhas relações interpessoais. Mas já me acostumei a viver só.

Aaah... mais uma coisa, sei que alguns, depois de lerem esse post vão me bombardear com perguntas. Os que realmente me conhecem sabem que se não os falei sobre isso antes não será agora que irei falar.

Ciao.

quarta-feira, 5 de março de 2008

PIER DELLA VIGNA E O INFERNO DE DANTE


"Por causa de sua avareza e de sua traição ao imperador, Pier della Vigna foi desonrado, feito cego e aprisionado.

O peregrino de Dante encontra Pier della Vigna no sétimo nível do inferno e, como Judas Escariotes, morreu enforcado.

Desta forma, Judas e Pier della Vigna estão ligados pela avareza que Dante via neles. A avareza e o enforcamento estão ligados no pensamento medieval (...).

Nesta gravura da edição do século XV do inferno, o corpo de Pier della Vigna pende de uma árvore ensangüentada. Não enfatizarei o óbvio paralelo com Judas Escariotes, mas Dante não precisava de ilustração. Foi seu gênio que fez Pier della Vigna, já no inferno, falar em chiados cansados, tossindo côo se ainda estivesse enforcado:

“Come l’atre verrem per nostre spoglie,
Ma non però ch’alcunasen rivesta,

Ché non è giuto aver ciò ch’om si toglie

Quie le strascineremo, e per la mesta
Selva saramo i nostri corpo appesi,
Ciascuno al prun de l’ombra sua molesta”

Avareza, enforcamento, autodestruição.

“Io fei gibetto a me de le mie case”

-Faço de minha própria casa a minha forca.

Obrigado senhoras e senhores por sua atenção!"

Pois essa foi a a apresentação do Dr. Hannibal Lecter, feita ao estudiolo. O tema da apresentação é sobre o livro de Dante Alighieri, A Divina Comédia.

Na apresentação acima, o dr. Hannibal Lecter faz uma forte comparação entre Pier Della Vigna e Judas Escariotes. Eu, particularmente, não vejo essa ligação toda.

Realmente Judas e della Vigna estão ligados pela avareza e pela traição à seus protetores. No caso de Judas, Jesus Cristo; e em Pier Della Vigna o imperador Frederico II. Nisso eles realmente estão ligados. Mas, se analisarmos bem a obra, veremos que, embora sejam culpados dos mesmos crimes, della Vigna e Judas NÃO estão no mesmo nível do Inferno. Judas sofre no nono círculo, onde são punidos os traidores de seus chefes e benfeitores. E della Vigna no sétimo círculo, lugar destinado à aqueles que preticaram violência contra si mesmos (suicidas).
Vendo a situação por este prisma, Dante Alighieri julga Pier della Vigna como inocente das acusações de traição, porém culpado por cometer suicidio.

Com essas observações não pretendo afirmar que o dr. Lecter esteja errado. Pois não está. Apenas exponho assim o meu ver da situação. Mas o discurso do Dr. Lecter continua válido.

PS: Na foto Pier della Vigna (suicida) encontra-se transformado em árvore e sendo devorado por Hárpias (local este destinado aos suicidas). Ilustração de Gustave Doré.

terça-feira, 4 de março de 2008


É assim que ultimamente ando me sentindo.

Apesar de sempre estar com os amigos, de me divertir com conversas "sem futuro" e de receber convites para sair. Não trabalho mais, só estudo. A conseqüência direta disso é estar sem grana. Mas por incrível que pareça, isso não me irrita muito. Exceto pelo fato de não poder mais comprar meus livros, nem de ir para o Iguatemi de vez em quando (comer aquele baita "sanduba" com ovomaltine!).

Meus amigos estão diferentes (ou será que eu estou?). Posso estar acompanhado de muitas pessoas mas mesmo assim me sinto só. Já me perguntaram porque eu prefiro optar por estar só. Minha resposta é simples: "a solidão não é uma escolha e sim uma condição". Quem não concorda... dane-se, é o que eu penso. Prefiro não discutir, só os pobre de espírito discutem.

Sinto como se estivesse numa cela de prisão máxima.

Devo estar realmente precisando ficar um pouco preso. Para poder pensar melhor sobre os pecados que cometi. E ver se da para melhorar a forma de cometê-los novamente ou deixar de cometê-los. Talvez um tempo na solitária me ajude a pensar um pouco.