sábado, 23 de abril de 2011

Dear Mr. Gacy


Em apenas seis anos, entre 1972 e 1978, John W. Gacy torturou, violou e assassinou brutalmente cerca de 33 adolescentes (todos rapazes). Costumava fantasiar-se de palhaço

Era tido como um cidadão comum e pacato. Sua vida tinha tudo para ser uma história chata.

Nasceu em Chicago em 1942, uma mãe que o adorava e um pai alcoólatra. Quando adulto, seguiu um caminho da classe média americana: faculdade de administração, dois casamentos, filhos, membro de instituições religiosas e possuia uma empresa própria. Na sua empreiteira fez dinheiro contratando só adolescentes - "para baixar custos". 

Faltava duas semanas para o Natal quando um jovem, Robert Piest, 15, saiu com a mãe para procurar uma vaga na empreiteira de Gacy. Ela ficou na farmácia em frente, esperando. Nunca mais o viu. O desaparecimento levou a polícia a investiga-lo.

No decorrer de várias investigações e de uma quase confissão de Gacy, a polícia, levada por fortes odores, arrancou todo o piso da casa, encontrando um cemitério clandestino.

Em 1988, Gacy foi condenado a 21 prisões perpétuas e 12 penas de morte. Enquanto aguardava no Corredor da Morte do Menard Correctional Center de Illinois, Gacy - apelidado pela imprensa de "Palhaço Assassino" - passava o tempo fazendo bellíssimos desenhos infantis, especialmente ... palhaços! Suas ilustrações são consideradas ítens de coleção, e alcançam altos preços no mercado.



Há uma história interessante pelo meio de tudo isto: Jason Moss, um jovem estudante de psicologia criminal com um fascínio mórbido por serial killers, decidiu fazer a tese de licenciatura sobre o assassino John Gacy. Decorria o ano de 1993 e o estudante de 18 anos, inteligente e destemido, encetou um contacto regular com o assassino, enviando cartas para ganhar a confiança do criminoso. Fez-se passar por homossexual para seduzir Gacy (enviou-lhe fotos ousadas), contou-lhe pormenores da sua vida pessoal e falou com o serial-killer (este a partir da prisão) por carta e telefone.

A perigosa intimidade entre os dois foi de tal ordem que perturbou a vida quotidiana do jovem estudante, tornando-se até violento. Durante vários meses, Jason Moss quis ir ao fundo da psicologia do assassino, compreender as suas motivações e a sua personalidade. Até que um dia, pouco antes de John Gacy ser executado, este solicita a presença física de Jason moss na prisão, para se conhecerem pessoalmente.

E é nesse particular momento que se atinge o clímax de tensão entre ambos: apesar de se considerarem "amigos", John Gacy ameaça matar Jason Moss em plena cela (na ausência dos guardas prisionais), revelando toda a natureza malévola do serial killer (imagem em baixo).

Mais tarde, Jason Moss escreveria um livro para descrever os pormenores deste relacionamento doentio, assim como a correspondência que estabeleceu com outros famosos assassinos em série presos: Charles Manson, Jeffrey Dahmer e Henry Lee Lucas. Esse livro, "The Last Victim", teve um assinalável êxito de vendas, dando origem a um filme assaz interessante - "Dear Mr. Gacy" (2010), com um fantástico e perturbador William Forsythe no papel do sinistro John Gacy. Um filme que retrata, com imperturbável serenidade, a conturbada e perigosa relação entre Gacy e Moss.

Acima, foto de John Gacy e Jason Moss momentos antes de estarem em uma cela... sozinhos! Veja o trailer do filme.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Janela Secreta




Após assistir esse filme, nessa madrugada de sexta-feira, foi impossível resistir, tive que postar: Janela Secreta é um filme, sem dúvida alguma, sensacional!

Baseado na obra homônima de Stephen King, Janela Secreta, estrelado por Johnny Deep, se encaixa perfeitamente no tipo de filme que eu gosto: Inteligente, enredo envolvente, terror psicológico e um final surpreendente!

Mais uma vez, assim como em Instinto Secreto, surge diante de nós a figura do Alterego, o que pode ser entendido literalmente como um outro eu (uma outra personalidade). No campo da psicologia, o alterego é entendido com um eu inconsciente. Neste caso, é um substituto perfeito em que a pessoa pode delegar uma função importante, algo que confiaríamos, mesmo sem a consciência de sua existência.



Não sou especialista e aqui nem é o melhor lugar para esse tipo de definições. Mas uma pergunta: encontrar a mulher amada na cama com outro homem não deve ser uma experiência muito boa, mas e quanto a reter esse sentimento e/ou desejo de vingança por tanto tempo, pode ser benéfico? Como lidar com o fato?


Assistam o filme! Um suspense intrigante, que vale a pena fazer parte da sua coleção de filmes!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Universo de Zé Lins


     Como matéria prima de seus livros, suas memórias, o universo inteiro de José Lins do Rego chega até nós por meio de seus romances regionalistas.

     "Fiz livro de memória com a matéria retida pela engrenagem que a natureza me deu. Pode ser que me escape a legitimidade de um nome ou de uma data, mas me ficou a realidade do acontecido como um grão na terra. A sorte está em que a semente não apodreça na cova..."

     Ao ler uma obra memorialista de Zé Lins (Menino de engenho, Meus Verdes Anos, por exemplo) não me foge da cabeça o seguinte pensamento: E se José Lins não tivesse se tornado escritor ou ao menos não tivesse retratato sua infância no engenho, teríamos perdido um universo inteiro de informações, personagens, cultura e uma parte importantíssima da história do Brasil.





     O que me fica na cabeça é a figura de seu avô, dono do Engenho do Corredor. Há quem diga que a partir dele surgiu sua vontade de ser escritor. Contar a história do seu avô.



     "Olhava eu o meu avô como se fosse ele o próprio engenho. A grandeza da terra era sua grandeza. Não poderia haver nada que não fosse do meu avô."

     Talvez o que me ligue bastante a esse universo da cana-de-açúcar seja um pouco da minha infância. Também passei boa parte de minha infância numa fazenda no interior, fazenda essa de cana-de-açúcar. Uma figura paterna que sempre me vem em mente era o "Seu Franci", meu avô.
 
     Não há como não se sentir emocionado ao ler seus livros, ao sentir-se um pouquinho transportado ao interior, passando como "uma temporada de férias" junto com o menino Carlos de Melo.



Um mundo inteiro em seus livros. Presença absoluta em meu palácio de memórias.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cadê o tempo?

Cadê meu tempo?

- Sem tempo de dormir;
- Sem tempo de ler um livro;
- Sem tempo de ver um bom (ou qualquer) filme;
- Sem tempo daquela conversinha demorada com os amigos;
- Sem tempo de escrever tudo o que gostaria;
- Sem tempo para uma refeição decente;
- Sem tempo de estudar;
- Sem tempo de bobear na internet;
- Sem tempo de viajar;
- Sem tempo de namorar;

- Sem tempo de ter tempo!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cinema Cultura - Luto


Algo de horrível aconteceu. O blog "Cinema Cultura", o meu favorito no que diz respeito a downloads de filmes raros, está desde ontem (11/04) fora do ar!

Ao acessar o endereço, este no meu menu de favoritos há tanto tempo, surge a hedionda e macabra(?) noticia: "

Lamentamos, mas o blogue em cinemacultura.blogspot.com foi removido.

Essa sem dúvida foi a pior notícia que eu poderia receber (logo numa segunda-feira). Espero do fundo do meu coração que seja apenas um falha no sistema (ou seja qual for a expressão mais apropriada!), caso contrário, me considero um dos muitos orfãos do blog.

Através de sites como esse (cinemacultura.blogspot.com), reles mortais ignorantes (eu) têm acesso aos filmes e diretores mais premiados e cults da história. Depois dele conheci nomes de peso: Kurosawa, Fellini, Polanski, Hitchcock, Woody Allen (!), Ingman Bergman, Bertolucci, Kubrick... entre tantos!

Prefiro tentar não sofrer por antecipação. Todos os dias, à noite (quando chegar do trabalho), darei uma olhadinha, na expectativa do próximo download. Mas se for de ter acontecido o pior (!)... ai lamentarei muito, e me culparei bastante por não ter aproveitado mais a oportunidade e ter baixado mais filmes enquanto pude!

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Universo em expansão


Médico: porque é que o seu filho está deprimido?
Mãe de Alvy: Diz ao doutor Flicker! Doutor, é qualquer coisa que ele leu...
Médico: Qualquer coisa que leu, hein?...
Alvy (9 anos): O universo está se expandindo...
Médico: O universo está se expandindo?
Alvy: Bem, o universo é tudo, e se está a expandir-se, qualquer dia vai explodir e será o fim de tudo!
Mãe de Alvy: E o que é que você tem a ver com isso? Doutor, ele até deixou de fazer os trabalhos de casa!
Alvy: E para quê, se o universo vai acabar?
Mãe de Alvy: Mas o que é que o universo tem a ver com isso? Você vive no Brooklyn! E o Brooklyn não está se expandindo!
Médico: O universo vai continuar a expandir-se durante milhões de anos, Alvy. E devemos aproveitar o tempo enquanto andamos por aqui.

Tirado de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, de Woody Allen.