quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Taking over me - Evanescence



You don't remember me, but I remember you...

domingo, 12 de janeiro de 2014

Lista de Livros para 2014 - PARTE I

Saudosos amantes da leitura!

Preparei uma pequena lista de livros onde recomendo como leitura para este ano de 2014. Todos esses livros eu já li, por isso sinto-me confiante em indicá-los.

A ideia veio a partir de uma promessa feita à uma amiga. A minha recomendação não se restringe à ordem de leitura, mas aos títulos em si. Vamos lá!

1 - O Velho e o mar (Ernest Hemingway)



O livro é um clássico da história da literatura (americana, principalmente). Existem diversos livros magníficos do autor (Hemingway é um dos meus autores favoritos), mas para quem nunca leu nada dele, segue uma ótima sugestão para iniciantes.

Na história, podemos presenciar a luta de um homem contra a natureza, mas também podemos perceber que o autor nos passa algo a mais: nem sempre podemos ter tudo o que queremos, ou da maneira que gostaríamos, mas precisamos trabalhar com o que temos, deixando as reclamações de lado e lutar com nossas próprias forças, sem esperar pela ajuda dos outros (ajuda essa que nem sempre pode vir).

O fato do livro ser bem curto (apróx. 130 páginas), aliado ao fato do autor não "perder tempo' com adjetivos desnecessários (prosa tão enxuta de Hemingway) nos permite ler o livro todo de um só fôlego.


2 - A Revolução dos bichos (George Orwell)



Na fábula do autor, um grupo de animais fazem uma revolução, tomando conta da sua fazenda e expulsando os antingos donos. O objetivo maior talvez seja reconstruir a história sobre a revolução russa até o auge da União Soviética.

No livro, recheado de ironia, podemos entender de uma forma bem interessante o que os livros de história nos contam sobre esse período da história Russa. Leitura Obrigatória!

"Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros"


3 - O senhor das moscas (William Golding)



Neste livro, o autor explora um conflito muito conhecido no ser humano: de um lado, o impulso que nos leva a buscar a paz, aderir às normas e valorizar o bem; de outro, o impulso de alcançar a superioridade mediante a violência, o egoísmo, a vitória do indivíduo, passando por cima do grupo. (Bem x Mal; Ordem x Caos; Lei e Anarquia)

O romance trata, resumidamente, de um grupo de estudantes que caem em uma ilha, após sofrerem um desastra de avião, durante a Segunda Guerra. Sozinhos, os garotos elegem um líderem e começam a formar um tipo bem precário de sociedade (onde cada um terá uma série obrigações à cumprir, visando a manutenção do grupo). Pouco tempo depois, os meninos separam-se em dois grupos (facções): um valorizando a civilização, enquanto o outro à selvageria.

Embora a história se passe com um grupo de meninos perdidos numa ilha, o livro aborda perfeitamente questões da própria experiência humana.

4 - O grande Gatsby (F. Scott Fitzgerald)




Este talvez seja um dos livros mais conhecidos da literatura do século XX. O Grande Gastby é um livro tão marcante, que já teve várias adaptações para o cinema: as de maior sucesso foram lançadas em 1974 e outra recentemente em 2013. O livro é um dos meus favoritos, por motivos muito particulares.

A romance é narrado por Nick Carray, contando a história do seu vizinho carismático, o multimilinário Jay Gastby, durante o verão em que se conheceram. A origem de toda a imensa riqueza de seu vizinho é um mistério, mas encontramos diversas alusões à corrução e à meios escusos de negócios.

O estilo de vida luxuoso de Gastby (festas suntuosas, carros enormes, uma deslumbrande mansão com sua própria praia) é apenas um artíficio, que logo descobrimos, para seduzir Daisy, seu amor perdido na juventude, agora casada com outro homem.


5 - A Sombra do Vento (Carlos Ruiz Zafón)




Um dos livros que mais foram comentados nos últimos anos (2012/13) é A Sombra do Vento, do espanhol Carlos Ruiz Zafón. Este livro é uma obra fascinante, sedutora e que eu garanto que você não conseguirá largar (quem já leu sabe disso). Embora o livro tenha sido lançado na espanha em 2001, faz pouco tempo que chegou ao Brasil.

Daniel Sempere está completando 11 anos. Seu pai, ao ver Daniel triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe (falecida), lhe dá um presente: de madrugada, leva-o a um misterioso lugar no coração histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido por poucos na cidade, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de A Sombra do Vento, do misterioso autor Julián Carax.

Daniel fascina-se sobre o livro e, ao buscar mais informações sobre o autor, descobre que quase ninguém o conhece e que alguém anda queimando todos os exemplares de seus livros. Então começa uma grande aventura que percorre as ruas da ilustre cidade de Barcelona, atravessando as fronteiras do tempo e da imaginação.

"Este livro nos traz uma grandiosa homenagem ao poder místico dos livros". 
6 - A menina que roubava livros (Markus Zusak)




"O livro tem como narradora a Morte, cuja função é recolher a alma de todos aqueles que morrem sem intervalos. Durante a sua passagem pela Alemanha, na Segunda Guerra Mundial, ela encontra a protagonista, Liesel Meminger, numa estação de comboio enquanto o seu irmão mais novo é enterrado próximo ao local. A menina, ao perceber que o coveiro presente deixou um livro, O manual do coveiro, cair na neve, rouba-o e é levada, então, até a cidade fictícia Molching, onde a sua mãe pretende entregá-la a uma família para que a adotem.
Na Rua Himmel, reside o casal de classe trabalhista formado por Hans e Rosa Hubermann. Lá, ela convive com os novos responsáveis e vai à escola, assim como faz amizade com o vizinho Rudy Steiner. Como ajudante de sua mãe, começa uma amizade com a mulher do prefeito Ilsa Hermann, embora ela só perceba o tamanho dessa amizade no fim da história."
Embora essa breve sinopse possa parecer enfadonha, o livro já está destinado para daqui à alguns anos, ser um clássico da literatura. A leitura é extremamente agradável, o desenrolar da história nos prende desde as primeiras páginas...


7 - Olhai os lírios do campo (Érico Veríssimo)


Quem já leu algum livro do escritor gaúcho Érico Veríssimo sabe o quão gostosa é a experiência de ler um de seus livros. Eu particularmente li uns 5 ou 6 de seus livros, mas confesso que esse é com certeza o meu favorito!

O livro narra a história de Eugênio, que, com muito sacrifício, se forma em Medicina. Na faculdade, Eugênio se apaixona por Olívia, moça tão humilde quanto ele, mas se casa por interesse com Eunice, uma mulher rica. Logo no início, Eugênio recebe por telefone a notícia de que Olívia (seu verdadeio amor) está no leito de morte, e então decide ir ao hospital vê-la. Em seguida, temos vários flashbacks contando o seu passado: rapaz de família muito pobre tem um desejo de tornar-se rico e livrar sua família da miséria, mas ao se casar com Eunice, ele passa a ser ganancioso e a detestar a pobreza.

O casamento de Eugênio entra em declínio, mas o mesmo tem medo de se separar da mulher, pois o medo de voltar a pobreza o assusta. Ao chegar ao hospital ele descobre que Olívia morreu há poucos minutos.

O livro é muito forte e confesso que sempre emociono ao lembra-lo. Tá bom vai, confesso: eu chorei

domingo, 5 de janeiro de 2014

Texto sem "A"

Olhem que curioso. Este texto inteiro foi escrito sem ter ao menos a letra A uma única vez! Segue:

"É possível sim. Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele. Pois rico o português e fértil em recurso diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de inicio, e somente de inicio, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente se por no inicio pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento nos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos levou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.

Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrimi-se sem limites com estes divertimentos instrutivos. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisemos sem o “E” ou sem o “I” ou sem o “O” e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, descorrendo livremente, por exemplo sem o “P”, “R” ou “F” , o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir o som sempre ou mesmo escolher sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo o discurso, o conto ou livro inteiro sobre o leitor melhor preferir.

Porém sem mesmo o uso pernóstico nos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o desejo escolhido, sem impedimentos.Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês.Por quê?

Cultivemos nosso polifônico e copioso verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores. Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.

Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos."

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Um grito de amor do centro do mundo

     Confesso que comprei esse livro há mais de um ano e por um motivo ou outro (falta de tempo, uma lista enorme de outros livros para serem lidos, etc.) vim adiando sua leitura. Também é certo que o título em si do livro nunca me despertou tanta curiosidade. Hoje, me arrependo por ter demorado tanto a começar a lê-lo!

     Lembro que na época, eu só o tinha comprado pois era Literatura Japonesa (que eu adoro!) e estava louco atrás do maior número de livros de autores diferentes (já tinha alguns do Kenzaburo Oe, Kawabatta, Haruki Murakami, Akutagawa, Yukio Mishima, Natsume Soseki, etc.).

     O livro é pequeno (155 pág.) e a história te prende do começo ao fim! Talvez por isso (aliado ao meu período de férias na faculdade) eu consegui lê-lo em um único dia.

     Um grito de amor do centro do mundo realmente faz jus à Literatura Japonesa: delicado, sutil e, de certa forma, pessoal (é um daqueles livros que oferecem uma experiência única para cade leitor, em função do seu estado de espírito durante a leitura). Com isso, se você estiver bem, emocionalmente seguro de si, deveras atarefado nas atividades do dia a dia, talvez ache que esse livro seja só mais um livrinho piegas sobre o amor entre dois adolescentes. No entanto, quando a leitura é feita de forma mais atenta, dedicada, e quando o seu lado sentimental está, digamos, 'aflorado', a leitura te deixará marcado por um bom tempo (eu mesmo quase fui às lágrimas umas 3 ou 4 vezes).

     O livro já vendeu mais de 4 milhões de cópias só no Japão! A história fez tanto sucesso entre os japoneses que virou mangá e um seriado.




     Amor, amizade, sofrimento, morte... o livro nos traz a triste, mas bela, história de dois jovens Aki e Sakutarô, que iniciam uma amizade ainda na escola (ensino fundamental) e veem essa amizade se transformar em amor. Porém o amor entre eles termina (?) de forma trágica: Ela adoece e morre, mas ele não quer/consegue esquecer. Spoiler? Não se preocupem, ficamos sabendo da morte de Aki logo nas primeiras páginas. A história não é contada de forma linear. Usando técnicas parecidas com os flashbacks, variando entre presente e passado, ficamos sabendo como acontece todo o ocorrido.

     Evidentemente a história em si não nos traz nada de novo. A Literatura está cheia de casos semelhantes, mas o que é interessante é a maneira magnífica como tudo é contado. Eu prometi a mim mesmo tomar cuidado com os adjetivos, mas é difícil me controlar!



     Segundo o psicanalista austríaco Igor Caruso, uma separação nada mais é do que a vivência da morte em uma situação vital: é a vivência da morte do outro em minha consciência e da minha morte na consciência do outro. Digo morte, não necessariamente no sentido literal da palavra, mas das diversas mortes ou perdas das quais estamos sujeitos.

     Quando a perda é grave, a pessoa precisa de um tempo para se reerguer (período que chamamos de luto). Período este necessário para recuperarmos nossa individualidade, nosso equilíbrio. Porém, no livro, este período parece nunca chegar para Sakutorô, mesmo com  passar dos anos.


     Apesar de tudo o que ocorre, Aki ainda permanece viva dentro de Sakutarô: viva em sua memória e em seu coração. Os relacionamentos podem terminar, mas de forma relativa. Acho que só quem já passou por uma situação de perda (não necessariamente de morte), entende o que eu quero dizer. Eu já, talvez por isso o livro me pareceu tão convincente.