sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Hannibal, the Cannibal



     Hannibal Lecter é uma célebre personagem de ficção elaborada pelo escritor Thomas Harris, que surgiu pela primeira vez no livro Dragão Vermelho (1981). As aventuras de Hannibal continuaram, no entanto, em O Silêncio dos Inocentes (1988) e em Hannibal (1999).

     Em Dezembro de 2006, sete anos após a publicação de Hannibal, Thomas Harris publica a que é, por agora, o seu último livro: Hannibal Rising (que foi traduzida para português por Hannibal - A Origem do Mal). Nesta obra o autor narra a infância e a juventude deste popular assassino, entre os seus 6 e 20 anos de idade.

     Todavia, este assassino novelesco adquire o seu verdadeiro êxito mundial ao ver a sua história adaptada ao cinema, por Jonathan Demme, em O Silêncio dos Inocentes, numa excelente interpretação de Anthony Hopkins (vencedor de um Oscar pela sua actuação).

     Os outros livros foram, entretanto, também adaptadas ao cinema, sendo o filme mais recente Hannibal Rising, o qual foi realizado por Peter Webber, tendo estreado a 16 de Março de 2007, sendo que o canibal, logicamente, não foi interpretado por Anthony Hopkins, por uma questão de idade, mas pelo jovem francês Gaspard Ulliel.



     Nascido na Lituânia, o seu pai era conde e a sua mãe pertencia à alta burguesia italiana. Presumivelmente é descendente dos Sforza e dos Visconti: os Sforza eram uma família de governantes temida pelos seus actos cruéis e os Visconti eram uma importante família, da região de Milão, que possuía a alcunha de "Dragão Antropófago", o que indica que as tendências canibalescas de Hannibal Lecter são uma herança de família.

     Aos 6 anos de idade, Lecter passou por vários acontecimentos traumáticos de grande intensidade. Por essa época, a Lituânia sofria a devastação da Segunda Guerra Mundial, devido aos ataques alemães sobre a Rússia.

     A família Lecter foi vítima das incursões alemãs pela Lituânia, tendo apenas sobrevivido Hannibal e Mischa (sua irmã) do confronto entre as tropas nazis e o exército russo. Segundo a novela de Thomas Harris, os irmãos tornaram-se cativos dos hiwis (lituanos traidores que ajudavam os nazis) após este episódio. Os hiwis, que se faziam passar por equipas da Cruz Vermelha, instalaram-se na casa de campo da família Lecter para se abrigar de um Inverno rigoroso e, ao ficarem sem alimentos, mataram Mischa e comeram-na (episódio traumático para Hannibal).

     Entre 1970 e 1975, Hannibal Lecter adquire o título de Doutor em Psiquiatria no estado de Maryland, EUA.

     Em 1975, o Dr. Lecter trabalha como especialista em psiquiatria nos tribunais de Maryland e Virgínia. A primeira vítima de Lecter é Mason Verger, personagem de tendências homossexuais, membro da sua lista de pacientes influentes, que adquire certa amizade com Dr. Lecter. Hannibal, a determinada altura, sugere ao senhor Verger que se autoflagele, provocando graves feridas na face e arrancando partes da mesma. Posteriormente, o Dr. Lecter corta-lhe o pescoço. No entanto, Mason Verger sobrevive ficando tetraplégico e deformado facialmente. Esta personagem é uma das duas vítimas que sobrevivem aos ataques de Lecter.

     No papel de ajudante do FBI na elaboração de perfis psicológicos criminais, Lecter trava uma relação de amizade com o Agente Especial William Graham, o qual posteriormente se converterá numa das suas vítimas e a segunda (e última) a sobreviver aos seus ataques. Este facto põe a verdade ao descoberto e, em seguida, Lecter é capturado para ser sentenciado em julgamento, no qual é apresentada uma lista de 9 vítimas comprovadas até esse momento. Hannibal é condenado a nove prisões perpétuas no Hospital Forense da Cidade Independente de Baltimore. 
     Hannibal Lecter é um psicopata (sociopata) canibal com um QI altíssimo, ele simplesmente é fantastico. Li uma vez, numa dessas lista dos "Dez mais" que o personagem Hannibal Lecter está classificado com um dos maiores vilões da história do cinema. Infelizmente não não a colocação exata. O 1º lugar foi para Darth Vader, de Star Wars.
     Desde poesia clássica, história da arte, passando pela história de personalidades da Itália renascentista, até receitas avançadas de culinária, Hannibal domina assuntos eruditos dos mais diversos.

     "Um apreciador de artes finas, uma mente analitica perspicaz, um agudo sentido olfativo e um gosto para carne humana devidamente preparada. Dr. Lecter é tão longe do termo insano que ele parece operar em um completo outro nível do resto da humanidade. Ele não é tão mal quanto uma força da natureza, uma vida engrandecida que existe para diminuir o rebanho há muito tempo. Ao mesmo tempo que lutamos contra, é muito difícil não gostar do homem. Isto é, a não ser que você seja um de seus pacientes, então você não devia ser tão fã dele. É claro, a não ser que consiga expressar sua opinião com seus lábios arrancados..."

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dragão - Horóscopo Chinês


ATRIBUTOS

"Poderosos, dotados, cheios de vitalidade, possuem capacidade de liderança proeminente, pavio curto, tendência à ansiedade e ao excesso de preciosismo. Fortes e decididamente resolutos na determinação de seguir caminhos interessantes que podem levar à parte alguma. Dragões se tornariam ricos não fosse pelo fato de que ganhos espetaculares são freqüentemente compensados pelo dinheiro gasto indiscriminadamente."

TIPOS DE DRAGÃO
  • Metal: bravos, arrogantes, francos, geniosos, opiniosos, com poucos amigos chegados.
  • Madeira: pacifistas, elegantes e antenados com as últimas tendências, impetuosos e com falhas de julgamento.
  • Água: amáveis, protetores, ambiciosos, agüentam pressão, adoram desafios, e usam seus bons relacionamentos para obter sucesso quando as oportunidades são percebidas.
  • Fogo: amistosos, falhos na organização de tomadas de decisão e no detalhamento de planos.
  • Terra: introvertidos, esforçados, planejadores meticulosos, colocam o trabalho acima da família e dos amigos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

AFTERLIFE - Além da Vida



Mais um desses que mexeram comigo. O que terá esse de especial? Seria que é por que hoje é Natal? Ou será pela melancolia que está me acompanhando em demasia nos últimos dias? Talvez um pouco dos dois. Seria arriscado tentar adivinhar? Ou eu não gostaria da resposta encontrada? Já estou falando besteiras...

Manhã de véspera de Natal: O Autor deste modesto blog vai cortar o cabelo onde sempre corta. Enquanto espera ser atendido ele é abordado por um desses vendedores ambulantes de filmes piratas. Ele não costuma comprar filmes piratas, sabe que é errado, mas já que havia dois fregueses na sua frente (fila até pequena para uma barbearia em véspera de Natal) não custava nada ver alguns filmes para passar o tempo. Diversos filmes me interessaram, mas algo chamou minha atenção neste filme, não sei o que!

Além da Vida (AfterLife) é um filme que conta a história de uma jovem (Christina Ricci) que morre de uma forma trágica (acidente de carro, típico dos filmes). A jovem “acorda” confusa em um necrotério, onde está sendo examinada pelo responsável do local (Liam Neeson), que afirma que ela está morta embora a jovem não aceite a notícia. Somente Deacom (Liam) pode ver a moça, o motivo: um dom que somente ele possui. Dom este que às vezes confunde-se com uma maldição.

Morrer num acidente de carro depois de uma briga com o namorado... a luta desesperada do rapaz para ver o cadáver da moça e acreditar na morte dela mesmo sentindo que ela ainda está viva.

O diálogo dos dois não é muito freqüente, embora o que mais chame a atenção seja a luta desesperada da moça para convencer a si mesma que ainda está viva, as poucas palavras do médico (suponho que seja um médico) são sempre profundas:

“Vocês mortos são sempre assim, nos culpam pelo que aconteceu com vocês. Por que nós morremos? Para saber que a vida é importante, é óbvio!”

Ou:

“Conforme-se, você será enterrada em poucas horas. Enterrada pelo seu namorado, sua mãe, seus amigos e alunos. Todos eles voltarão a comer comida congelada e a ir ao shopping depois do enterro. Pense nisso enquanto ainda pode”.

Isso me lembra uma passagem do filme Noivo Neurótico, Noiva nervosa, do Woody Allen, onde o personagem principal (Alvy Singer – Allen) é obcecado pelo tema morte, sendo esta a única maneira eficaz de separar os livros do casal quando este se separa (Todos com “Morte” no título seriam de Alvy).

A morte é curiosa sabia? Nos faz pensar sobre a vida. Sobre o porquê de estarmos aqui, se tudo vai acabar no fim. A inutilidade de nossos atos perante o tempo. Somos mais um grão de areia na praia.

Por favor, assistam ao filme e digam se sentiram alguma coisa. Talvez algo que eu tenha sentido. Não apenas “bom filme”. Ou talvez eu esteja esperando demais dos outros quando eu é que estou ficando doido.

E ainda tem a hipótese dele ser um louco, droga as pessoas, faz elas pensarem que estão mortas e as enterram vivas... filme com duplicidade!

“Quem sabe você não está morta há alguns anos. Só porque você respira, caga ou mija não signifique que esteja viva”.

Teatro Noh



     Nō, Nô, Nou ou Noh (Japonês: 能) é uma forma clássica de teatro profissional japonês, que combina canto, pantomima, música e poesia. As atuais companhias de Noh são localizadas em Tókio, Osaka e Kyoto. Interpretado apenas por atores, que passam sua arte pela tradição familiar.

     É uma das formas mais importantes do drama musical clássico japonês, executado desde o século XIV. Evoluiu de outras formas teatrais, aristocráticas e populares. Suas raízes podem ser encontradas no Nuo (傩戏)- uma forma de teatro da China.

     Um de seus mais importantes dramaturgos foi Zeami Motokiyo. Por seu lado, deu origem a outras formas dramáticas, como o Kabuki. O ‘‘‘Noh’’’é caracterizado pelo seu estilo lento, de postura ereta, rígida, de movimentos sutis, bem como pelo uso de máscaras típicas. Possui em Zeami Motokiyo (1363-1443) o codificador maior dessa arte. Com um repertório de aproximadamente 250 peças, o universo Noh é habitado por deuses, guerreiros e mulheres enlouquecidas, às voltas com os mistérios do espírito.
  
    O foco da narrativa se encontra no protagonista (shite), o único que porta uma máscara. Shite é um espírito errante que exprime, de forma lírica, a nostalgia dos tempos passados. O coadjuvante (waki), geralmente um monge, não interfere no curso da ação, apenas é revelador da essência do shite. Um coro e quatro instrumentos auxiliam na condução da trama, que se soluciona através da dança. Esse coro, vale destacar, possui uma função dramática decisiva, conduzindo a narrativa.

    O ‘‘‘Noh’’’é a fusão de poesia, teatro, bailado, música vocal e instrumental e máscaras. Os diversos elementos musicais são estreitamente entrelaçados numa simbiose entre o canto e a pantomima. No Noh, a descrição de cada cena repousa unicamente no texto do canto, nos gestos e nos movimentos do ator. A combinação desses elementos obedece a regras corporais e musicais, a teorias sofisticadas, resultando numa estética extremamente refinada, o que gera dificuldade geral em compreendê-lo e apreciá-lo. Isto ocorre sobretudo no que se refere ao libreto, escrito em linguagem arcaica e complexa, na codificação de gestos e movimentos, e na linguagem musical característica, totalmente estranha aos ouvidos comuns.

    Os movimentos sintéticos do ator, são quase imperceptíveis como, por exemplo, de uma maneira estilizada e sutil, levanta os olhos para a lua, ou num gesto com a mão retira a neve do kimono. Esses movimentos fazem surgir aos olhos e espírito do espectador, um universo todo poético, um mundo visto de diversos ângulos envolvendo fenômenos da natureza e da vida.

    As peças ‘‘‘Noh’’’decorrem num palco bastante despojado, feito de hinoki liso (cipreste japonês). O cenário é, invariavelmente, constituído apenas pelo "kagami-ita," um pinheiro pintado, no fundo do palco, mesmo que a peça se desenrole noutros locais. Há várias explicações para o uso desta árvore, sendo muito comum a interpretação que se refere aos rituais xintoístas, pelos quais os deuses descem à Terra por este meio. Outro adereço inconfundível é a ponte estreita (a "Hashigakari"), situada à esquerda, que os principais atores utilizam para entrada e saída das personagens.

   Por tradição os atores de ‘‘‘Noh’’’não ensaiam juntos, cada ator pratica seus movimentos, canções sozinho ou com a orientação de um membro mais antigo. Entretanto, o ritmo de cada apresentação é determinado pela interação de todos os atores, músicos e pelo coro. Desta forma o ‘‘‘Noh’’’exemplifica um dos princípios estéticos de tempo e duração, chamado por Sen no Rikyu "ichi-go ichi-e".
 
Adaptado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Noh

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Penhasco da Noite

Tudo era tão frio ali. A impressão era que acabara de chover, ou estivesse prestes a cair um temporal. Ali, do alto do rochedo, tudo parecia insignificante: os grandes navios que, da distância pareciam serem de papel; um pequeno risco no horizonte onde, mais próximo poderia-se reconhecer ser o continente; as pedras lá embaixo que, da queda quase vertical do penhasco matariam facilmente qualquer um, ali em cima não representavam mais do que pequenos pontos na visão e que qualquer que tivesse o menor problema de visão já não os veria. Tudo relativo.

Como ele viera parar ali? Com um rápido olhar pelo perímetro podia-se ver claramente a impossibilidade de uma escalada. E se assim fosse, onde estariam os equipamentos de alpinismo? Absurda hipótese. Mais absurdo ainda seria o pouso de algum aeroplano com o uso de pára-quedas. Mas isso já não importava. Sentia-se imortal. Era imortal, porém não invencível. O passar do tempo já não importava. Só podia sentir a imensidão, o frio, e a chuva que, de leve, já dava sinais de retornar. A água parecia banhar-lhe os ossos.

O vento, igualmente frio, trazia consigo lembranças, sensações e imagens distantes. Imaginava por onde, esse mesmo vento que agora lhe açoita o rosto, estivera antes de lhe encontrar e onde estará em seguida.

Sentia que poderia passar a noite ali. A noite que agora, timidamente, surgia, atrasada, dava sinais de sua presença como um ator que por pouco se esquece da hora certa em surgir no palco, deixando os outros personagens preocupados se suas atuações seriam prejudicadas pelo atraso do companheiro.

Sua vista parecia mais aguçada, sentia que poderia ver até dentro das almas das outras pessoas, mas não havia ninguém ali. Só o oceano a sua frente. Olhou para o mar, pode sentir um vazio inenarrável. Sentiu-se como um peixe daquele mar, sozinho no escuro, com o peso assustador de um oceano gelado nas costas. Imaginou-se nadando até a superfície e dando de encontro com uma sólida camada de gelo impedindo seu contato com o ar.

Desde que dera conta de sua presença naquele rochedo, sabia que não poderia mais encontrar outras pessoas. Estava condenado a vagar infinitamente, com seus olhos, por aquelas águas. Talvez o navio que vira a pouco, na distância, fosse o terrível Holandês Voador à sua procura. Sentiu vontade de se esconder, ficar calado, esperando impacientemente que a noite passasse, com a esperança de não ser achado por Davy Jones, o demônio dos sete mares. Além disso, tinha medo do escuro. Pensava que, depois de anoitecer, ele não poderia mais ver a luz do dia, sentir, nem que fosse por alguns segundos, o calor do sol pela manhã.

Mas o navio sumira. Talvez mergulhado no fundo do mar, com as almas dos suicidas marítimos. Mas ele não era suicida. Nem ao menos sabia se tinha morrido. Caso já estivesse morto, lhe passou pela cabeça, o “outro lado” não era tão interessante assim.

Só podia estar sonhando. Fechou os olhos com força. Tentou tapar os ouvidos com o intuito de não ouvir mais aquele vento que agora, bem mais do que antes, estava começando a lhe causar medo.

Será que quando abrisse os olhos, continuaria ali?

Abriu os olhos: o navio sombrio surgiu no horizonte vindo em sua direção. É, agora tudo acabou.
 
Jardel Leite

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Lago - Yasunari Kawabata






     Traduzido diretamente do japonês, O lago conta a história do professor Ginpei, atingido pela peculiar obsessão por seguir as mulheres bonitas com que se depara nas ruas. Ele argumenta que, se não o fizesse, esses encontros fortuitos não passariam de episódios efêmeros. Será isso, no entanto, o que move o personagem? Ginpei tem um problema muito particular com o aspecto de seu corpo: seria esse outro fator inconsciente de sua insistente procura por beleza?

     Contudo, não há inocência nas mulheres escolhidas. Enquanto o protagonista caminha angustiado atrás de uma aluna desafiadora ou de uma beldade que passeia lépida com seu cão, ou até quando, no encalço da amante de um velho rico, é golpeado com uma bolsa cheia de dinheiro, Kawabata não se furta a apresentar os inusitados sentimentos de suas vítimas, tornando a narrativa muitas vezes perturbadora. Essa perseguição de mulheres geralmente jovens ou muito jovens, levada às últimas consequências, conduz o personagem de volta a traumas remotos. O passado retorna, por vezes de forma alucinatória, e não permite trégua à sua mente confusa.

     Movido por sentimentos de culpa e desejo, Ginpei é bem diferente dos outros personagens do Prêmio Nobel de 1968: o viés contemplativo se subverte em uma natureza épica e doentia. Errante e insólito, ele se esvai em delírios dostoievskianos enquanto se torna cada vez mais excluído socialmente. Torna-se o anti-herói na contramão de um Japão em plena recuperação pós-guerra e na euforia do milagre econômico que se anunciava.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Zumbis Haitianos [Mito até que ponto?]



Do plano da imaginação para a possibilidade real de existência de tais criaturas existe uma boa distância. Porém, vemos que com frequência essa distância é vencida com indiferença por aqueles que acreditam e propagam sua crença no fenômeno. Assim, pergunto: zumbis existem? Bom, determinemos o que é um zumbi. Segundo o que se crê, o zumbi é um homem morto, devolvido à vida por um feiticeiro, para se tornar um escravo. Essas práticas são atribuidas aos feiticeiros voodus, sendo o Voodu tristemente famoso por sua eficiência na fabricação de zumbis. O vooduísmo é praticado em todo o mundo, porém no Haiti - onde é a religião oficial do povo - sua prática é bem mais disseminada. E, será por acaso que no Haiti é o lugar onde mais se registram casos de zumbis? Fal ode daodos oficiais, policiais e de histórias contadas pelo povo também. Segundo consta, o processo é feito da seguinte maneira: o feiticeiro voodu escolhe arbitrariamente uma vítima, seguindo sua vontade.

Escolhida a vítima, o feiticeiro vai a sua casa de noite, montado num cavalo sem sela e aspira sua alma, guardando-a num jarro. Isso faz com que a pessoa enfeitiçada caia num estado semelhante ao como e morra ao fim de pouco tempo. Depois do enterro, o feiticeiro invoca um espírito, tido como "o senhor dos mortos" e lhe pede permissão para se apoderar do corpo daquela pessoa. Obtida a concordância, o feiticeiro exuma o cadáver e lhe devolve a alma, fazendo conjurações e dando-lhe poções a fim de que retorne a vida, como escravo, tendo sua personalidade e memória completamente anuladas.

Essa seria a versão fantasiosa da coisa, mas existe outra, a científica: existem zumbis sim. Mas não se trata de ressureição de pessoas, e sim de envenenamento intencional por uma mistura de substâncias que os coloca em estado cataléptico similar a morte. Segundo os acadêmicos, os feiticeiros envenenariam intencionalmente uma pessoa e após sua morte (catalepsia na verdade) e seu enterro, essa pessoa seria desenterrada e devolvida à sociedade como escravo. A perda da lembrança é explicada através da grande quantidade de ervas e poções ingeridas, que lhes causa um estado de total amnésia. Esse crime, na maioria das vezes é praticado por feiticeiros à mando de feitores e donos de fazenda (as vezes eles mesmos são feiticeiros), conhecedores dessa espécie de magia (considerada a mais baixa de todas), com o intuito de aproveitar o trabalho gratuito desses seres. Mais uma curiosidade: para mantê-los em perfeita submissão, sua alimentação é especial, não levando sal, pois segundo a lenda, o sal lhes traria a memória de volta. 

Agora uma questão importante: por que existe na legislação haitiana um dispositivo classificando como crime "o envenenamento com substância capaz de provocar um estado letárgico mais ou menos prolongado". Se existe a lei, supõe-se que exista a prática, ou pelo menos uma suspeita mais que razoável. Sabe-se que é comum entre as famílias haitianas a mutilação de cadáveres de entes queridos, apunhalando-os ou estrangulando-os - para evitar que depois sejam transformados em zumbis.

Citemos o caso de Felícia, mulher morta e enterrada em 1907, encontrada 30 anos depois vagando inconsciente por uma estrada abandonada. O diretor do serviço de higiene do Haiti a examinou pessoalmente, e não teve dúvidas em declará-la uma zumbi. É muito difícil obter maiores informações acerca de tal fenômeno, visto que o povo haitiano (em sua grande maioria) é pobre, trazendo com isso a ignorância e o medo, evitando e temendo falar sobre o assunto. As autoridades também não se pronunciam, visando preservar a (péssima) imagem do país.

Henrique José de Souza (fundador da Eubiose) acrescenta que "o Haiti é como todas as Antilhas, um remanescente da Atlântida, cujo povo, principalmente na época da decadência ou depois da luta entre deuses e demônios de que veladamente nos fala o Baghavad-Gita, desceu ao mais inferior estado de consciência. Herdeiros desses remotíssimos povos, é natural que conservem o conhecimento de tão horrível feitiçaria."

Retirado de: http://www.templeofmagic.hpg.ig.com.br/

75 Anos de Woody Allen


Nessa semana (Dia 01/12, para ser exato) o escritor, músico, ator e cineasta Woody Allen comemorou o seu 75º aniversário, levando consigo na bagagem mais de 40 filmes.

Na sua vasta filmografia, fazem parte alguns filmes menores (mesmo esses "menores" ainda conseguem ser superiores a alguns "maiores" que vez ou outra aparecem por ai...) e alguns ótimos, incluindo uma série de obras-primas: "Manhattan", "A Rosa Púrpura do Cairo", "Crimes e Pecados", "Zelig" e muitos outros (só para começar.).

Um homem de seu tempo que, como poucos, conseguiram explorar com perfeição temas universais como amor, adultério, comédia, morte, solidão, existencialismo, arte, remorsos, etc. Os filmes "woodianos" são exatamente o que se poderia dizer de filmes inteligentes, por assim dizer, diferentemente de muitos filmes de hoje onde as observações sobre a vida humana ficam em sétimo plano (seria a nova sétima arte?), dando lugar às explosões de sangue, corridas de carro, sexo e porradaria sem motivos.

Como ninguém nasce sabendo, eu é claro, também me incluo na lista, eu não nasci sabendo/conhecendo nada ou ao menos quem era Woody Allen. Meu conhecimento veio através de um livro que li no final do ano passado. No livro (Banquete com os deuses, Luis Fernando Veríssimo), há um capítulo chamado "Woody Allen e as Lamúrias da Existência" falando um pouco sobre seus filmes e uma curtíssima análise de suas obras. Desde então fiquei curiosíssimo para descobrir tudo o que podia sobre ele: filmografia, biografia, seus livros, autores e diretores favoritos... tudo!

Mas enfim, mesmo sabendo que Allen provavelmente nunca ponha os olhos nesse blog, desejo os meus mais sinceros Parabéns, agradecido honestamente por todo o prazer (intelectual e emocional) que seus filmes me deram e espero que tenha mais muitos outros anos (e filmes) e pela frente!