sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

AFTERLIFE - Além da Vida



Mais um desses que mexeram comigo. O que terá esse de especial? Seria que é por que hoje é Natal? Ou será pela melancolia que está me acompanhando em demasia nos últimos dias? Talvez um pouco dos dois. Seria arriscado tentar adivinhar? Ou eu não gostaria da resposta encontrada? Já estou falando besteiras...

Manhã de véspera de Natal: O Autor deste modesto blog vai cortar o cabelo onde sempre corta. Enquanto espera ser atendido ele é abordado por um desses vendedores ambulantes de filmes piratas. Ele não costuma comprar filmes piratas, sabe que é errado, mas já que havia dois fregueses na sua frente (fila até pequena para uma barbearia em véspera de Natal) não custava nada ver alguns filmes para passar o tempo. Diversos filmes me interessaram, mas algo chamou minha atenção neste filme, não sei o que!

Além da Vida (AfterLife) é um filme que conta a história de uma jovem (Christina Ricci) que morre de uma forma trágica (acidente de carro, típico dos filmes). A jovem “acorda” confusa em um necrotério, onde está sendo examinada pelo responsável do local (Liam Neeson), que afirma que ela está morta embora a jovem não aceite a notícia. Somente Deacom (Liam) pode ver a moça, o motivo: um dom que somente ele possui. Dom este que às vezes confunde-se com uma maldição.

Morrer num acidente de carro depois de uma briga com o namorado... a luta desesperada do rapaz para ver o cadáver da moça e acreditar na morte dela mesmo sentindo que ela ainda está viva.

O diálogo dos dois não é muito freqüente, embora o que mais chame a atenção seja a luta desesperada da moça para convencer a si mesma que ainda está viva, as poucas palavras do médico (suponho que seja um médico) são sempre profundas:

“Vocês mortos são sempre assim, nos culpam pelo que aconteceu com vocês. Por que nós morremos? Para saber que a vida é importante, é óbvio!”

Ou:

“Conforme-se, você será enterrada em poucas horas. Enterrada pelo seu namorado, sua mãe, seus amigos e alunos. Todos eles voltarão a comer comida congelada e a ir ao shopping depois do enterro. Pense nisso enquanto ainda pode”.

Isso me lembra uma passagem do filme Noivo Neurótico, Noiva nervosa, do Woody Allen, onde o personagem principal (Alvy Singer – Allen) é obcecado pelo tema morte, sendo esta a única maneira eficaz de separar os livros do casal quando este se separa (Todos com “Morte” no título seriam de Alvy).

A morte é curiosa sabia? Nos faz pensar sobre a vida. Sobre o porquê de estarmos aqui, se tudo vai acabar no fim. A inutilidade de nossos atos perante o tempo. Somos mais um grão de areia na praia.

Por favor, assistam ao filme e digam se sentiram alguma coisa. Talvez algo que eu tenha sentido. Não apenas “bom filme”. Ou talvez eu esteja esperando demais dos outros quando eu é que estou ficando doido.

E ainda tem a hipótese dele ser um louco, droga as pessoas, faz elas pensarem que estão mortas e as enterram vivas... filme com duplicidade!

“Quem sabe você não está morta há alguns anos. Só porque você respira, caga ou mija não signifique que esteja viva”.

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